Nos primeiros 20 dias deste mês, foram feitos 9.126 testes RT-PCR, cerca de 42% a menos do total realizado no mesmo período de janeiro.
Após o colapso enfrentado na segunda onda da Covid, o Amazonas diminuiu a testagem de novos casos. Nos primeiros 20 dias deste mês, foram feitos 9.126 testes RT-PCR, cerca de 42% a menos do total realizado no mesmo período de janeiro (15.898), quando houve o pico da 2ª onda.
Pesquisadores apontam que o monitoramento de novos casos é o principal indicador da pandemia, visto que os números de internações e mortes por Covid são indicadores tardios na circulação do vírus.
Com o risco de uma 3ª onda da Covid, a Justiça do Amazonas determinou no início deste mês que o governo estadual e a Prefeitura de Manaus entrem em acordo para realizar testagem em massa da população. Eles devem se reunir em uma audiência com pesquisadores e especialistas no assunto nesta quinta-feira (22).
Em relação aos testes RT-PCR, conforme dados do boletim epidemiológico da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), foram feitos 14.103 em dezembro de 2020, cerca de 168% a mais que no mês anterior. Já com o colapso da segunda onda, em janeiro deste ano, o número da testagem realizada subiu para 28.870.
Com o desafogamento no sistema de saúde e redução de mortes, o número de testes realizados pelo governo caiu 32% em fevereiro, com o total de 19.366 testes feitos. Em março, foram realizados 12.408 testes de Covid RT-PCR e, nos 20 primeiros dias de abril, apenas 9.126.
O G1 fez questionamentos ao Governo do Amazonas sobre o motivo da redução na testagem, e aguarda resposta. Segundo o governo, o Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM) tem capacidade de processar até 2 mil testes de RT-PCR por dia.
Durante a primeira onda da Covid, o número de testes realizados foi ainda menor. Em abril de 2020, foram feitos 6.407 testes RT-PCR, e, em maio, foram 14.079.
Na época, uma das justificativas era a escassez de testes e material para testagem no mercado, visto que todo o mundo se mobilizava para conter os casos de Covid. Neste ano, a segunda onda da Covid gerou mais mortes e mais internações por Covid do que na primeira.
Em entrevista ao G1, no começo deste mês, o epidemiologista Jesen Orellana, da Fiocruz Amazônia, alertou que os dados de mortes e internações por Covid são tardios. Por exemplo, se alguém é internado hoje com Covid, significa que essa pessoa foi infectada há cerca de 10 ou 15 dias. Para ele, o indicador mais útil no monitoramento da pandemia é de novos casos.
“Pra ter o indicador de novos casos, tenho que ter uma quantidade maior de exames RT-PCR utilizados. Porque, assim, nós conseguimos monitorar casos novos, isolando esses indivíduos, orientando essas pessoas a fazerem testagem de seus contatos”, afirmou.
Testagem na rede estadual
Nesta quarta-feira (21), o governo anunciou que as unidades da rede estadual de saúde estão intensificando a testagem do exame RT-PCR para pacientes com a Covid-19. A ampliação da testagem também acontece no interior, e está sendo feita em parceria com os municípios.
Dados que mensurem a ampliação da testagem não foram informados.
A enfermeira Evelyn César, da FVS-AM, explica que, após a coleta, os exames são encaminhados para o Lacen-AM, com o resultado sendo disponibilizado para o paciente em até 48 horas.
O resultado do exame pode ser consultado e impresso a partir do site www.fvs.am.gov.br, usando CPF e o número do Cartão Nacional de Saúde.
A orientação é para que a pessoa que tiver sintomas gripais busque uma unidade de saúde, que pode ser uma Unidades Básica de Saúde (UBS), SPA ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h, nos casos leves. Quanto mais cedo o diagnóstico melhores são as chances de tratar o paciente e monitorar a família e seus contatos.
FONTE: Victor Cruz, G1 AM