Impactos da pandemia foram maiores para estudantes do campo, que sofreram com pouco acesso à internet e escolas distantes
Em 2020, escolas de todo o país tiveram que se adaptar à paralisação das aulas presenciais e aderir ao modelo remoto de ensino. Ainda assim, dados do Inep apontam que a falta de acesso à internet tornou o período mais difícil para crianças de áreas rurais, quando comparadas aos jovens de áreas urbanas.
Se por um lado o ensino se deu majoritariamente por meio de ferramentas digitais, aliadas ao material impresso; por outro, 40% das escolas do campo contaram apenas com as apostilas físicas. Juntas, essas instituições de ensino reúnem mais de 2 milhões de estudantes.
A precariedade na infraestrutura no campo traz à tona o debate sobre a desigualdade na educação brasileira. Dados do IBGE revelam que 49% das famílias nas áreas rurais não possuem acesso à internet. Na área urbana, a porcentagem cai para 25%.
Além da falta de material complementar digital, os estudantes do campo também precisam enfrentar a dificuldade de acesso às próprias escolas. As longas distâncias e a precariedade dos transportes oferecidos afastam os alunos e aumentam a evasão escolar.
Esses empecilhos são causados muitas vezes pela falta de instituições de ensino nas áreas rurais. Enquanto estados como Amapá, Roraima e Mato Grosso do Sul aumentaram o número de unidades no campo, Rondônia fechou mais de 1.800 escolas rurais das 2.201 que o estado tinha.
FONTE: Larissa Coelho e Rodrigo Maia Da CNN, em São Paulo