Especialistas alertam que população siga mantendo medidas de prevenção contra a doença e completem o ciclo de vacinação. Estado enfrentou a pior fase da pandemia entre janeiro e fevereiro deste ano.
O Amazonas completa, nesta terça-feira (9), um mês na fase amarela da pandemia, que representa baixo risco de transmissão da Covid-19. Apesar do avanço, especialistas alertam que o descumprimento das medidas de proteção e a quantidade de não vacinados, e pessoas com ciclo incompleto, ameaçam a redução de casos.
Entre janeiro e fevereiro deste ano, o Amazonas enfrentou a fase roxa da pandemia, pior estágio de transmissão da doença, de risco muito alto. Foi quando houve a crise do oxigênio, e foram registrados os recordes de mortes, casos e internações pela Covid.
Até domingo (7), o Amazonas registra mais de 13,7 mil mortes por Covid-19.
Ao g1, o médico infectologista Marcos Guerra informou que as pessoas precisam continuar a se manter em cautela em relação a infecções pela Covid-19, pois ainda há fatores que podem causar risco à sociedade.
O infectologista alerta que o estado está entrando em um período de sazonalidade em que as viroses respiratórias ficam mais propícias a infectar a população. Isso, segundo ele, é mais um fator para que as pessoas fiquem atentas para possíveis transmissões.
“Além do fato de que as coisas estão sendo liberadas. A realização de festas com um número maior de pessoas, um número maior de viagens estão sendo restabelecidas e a introdução de qualquer variante pode levar abaixo todo esforço que está sendo feito de cobertura vacinal para a proteção dos indivíduos”, alertou Guerra.
Ainda segundo o médico infectologista, apesar de uma parte da população já estar imunizada, pessoas acima de 80 anos ainda apresentam dificuldades de desenvolver imunidade. Com isso, é um grupo que acaba ficando vulnerável por mais tempo.
“É necessário que não tenha aglomerações, que as pessoas continuem a usar máscaras principalmente em ambientes fechados, lavagens das mãos, distanciamento. As variantes não tem proliferado muito, mas é impossível prever nessa situação o comportamento de um vírus que é novo para toda população”, disse.
População com vacinação em atraso
De acordo com dados divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), até esta segunda-feira (8), 18,9% da população ainda não tomou nenhuma dose das vacinas disponíveis; e 30,2% da população ainda não tomou a segunda dose no Amazonas.
A secretária Municipal de Saúde, Shádia Fraxe, informou que, em Manaus, 188 mil pessoas ainda não tomaram a primeira dose da vacina e 290 mil não voltaram para concluir o esquema vacinal com a segunda dose em Manaus.
Para o médico infectologista, muitas das pessoas que estão em atraso com a vacina acabam não querendo se vacinar por temer efeitos colaterais e acabam por não acreditarem na eficácia da vacina, o que para ele, não deve acontecer.
Guerra afirma que a população deve colaborar com a disponibilidade da imunização para a sociedade, para que as pessoas do Amazonas não corram riscos de saúde para os moradores do estado.
“O surgimento de uma variante é imprevisível, mas as pessoas podem se infectar com uma cepa ou vir uma variante de outra localidade para cá e introduzir no estado, já que há essa população que ainda não está imunizada ela tem mais possibilidade de se infectar”, comentou Guerra.
Risco de transmissão
O cálculo executado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) para definir o risco de transmissão da doença no estado leva em consideração a baixa transmissibilidade do vírus, além da variação de óbitos, de novos casos da doença e taxa de positividade para Covid-19.
Conforme a metodologia de cálculo do risco de transmissão da Covid-19, as fases recebem cores de acordo com a gravidade da pandemia representada em pontuação numérica:
- 0 pontos, risco muito baixo, fase 1 – vigilância;
- 1 a 10 pontos, risco baixo, fase 2 – amarela;
- 11 a 20 pontos – risco moderado – fase 3 – laranja;
- 21 a 30 pontos, risco alto, fase 4 – vermelha;
- mais de 30 pontos, risco muito alto, fase 5 – roxa.
FONTE: Por G1 AM