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Mais de 270 mil filhotes de quelônios são devolvidos à natureza no interior do AM

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Moradores de 45 comunidades ribeirinhas participaram da soltura. — Foto: Divulgação/Sema

Soltura é resultado de monitoramento das espécies realizado em Unidades de Conservação, promovida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).

Mais de 270 mil filhotes de quelônios foram devolvidos à natureza em Carauari, no interior do Amazonas. A ação, promovida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), faz parte do monitoramento de quelônios realizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari e na Reserva Extrativista (Resex) Médio Juruá e visa garantir o aumento da população de reptéis na região.

A soltura contou com a participação de 700 ribeirinhos, moradores de 45 comunidades situadas ao longo do rio Juruá. Na localidade, são os próprios comunitários que realizam o monitoramento dos tabuleiros de quelônios há mais de 30 anos, segundo frisa o assessor técnico da Sema e gestor da RDS Uacari, Gilberto Olavo.

“Nos anos 1980 eram apenas três tabuleiros monitorados por seis monitores, e a soltura chegava a 3 mil filhotes. Eles foram percebendo que, quanto mais expadiam a atividade de conservação, maior era o número de quelônios que voltavam vivos para a natureza. Isso muda toda a cadeia de espécies agregadas, aumenta o número de peixes, aves, jacarés e outros animais. É benefício para a natureza e para eles”, informou.

Nos anos 2000, os comunitários viram os números subirem ainda mais. De três, a quantidade de tabuleiros passou para nove, com 27 monitores dividindo-se no monitoramento das praias, a fim de coibir a caça ilegal e predadória dos ovos, sobretudo, de pessoas de fora das Unidades de Conservação. Como resultado, a soltura passou para a casa dos 100 mil filhotes.

Atualmente são 18 tabuleiros monitorados, entre áreas de praia, campinas e barrancos. O trabalho começa entre os meses de julho e setembro, quando as fêmeas começam a desovar às margens do rio Juruá. Todo esse período é acompanhado por 45 monitores, que realizam a contagem das covas e dos ovos a cada ano, além da vigia dos tabuleiros.

Ao todo, 3.974 matrizes desovaram, resultando na soltura de 233 mil filhotes de tartaruga e 41 mil tracajás, aproximadamente.

Manejo sustentável

A soltura dos animais no Juruá é a última fase do processo e um momento histórico para Francisco Mendes da Silva, conhecido como “Bomba”. Morador da comunidade Manarian, foi pioneiro na atividade de monitoramento de quelônios, trabalho que realiza há 28 anos.

Graças à atividade de conservação e o aumento das espécies na natureza, “Bomba” hoje lidera a criação experimental de quelônios, licenciada pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Para ele, essa é a chance de desenvolver uma nova cadeia produtiva sustentável na região e desenvolver as comunidades a partir da geração de renda proveniente do manejo.

“Isso tudo é muito importante porque a gente está conseguindo fazer uma criação de quelônios, para futuramente fazer o manejo. Hoje a gente está com essa criação experimental que, graças a Deus, vai dar tudo certo, e a gente espera que todos os monitores cheguem onde a gente chegou: monitorando com muita atenção e, agora, tendo essa oportunidade de ser pioneiro também na criação e manejo”, pontuou.

A criação de quelônios ocorre em três comunidades na RDS Uacari, Xibauazinho, Vila Ramalho e Manarian; e em outras duas na Resex Médio Juruá, as comunidades São Raimundo e Nova União. A atividade recebe assistência técnica do Projeto Pé de Pincha, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

FONTE: Por G1 AM

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