Alemanha deve encolher 0,5% no 4º trimestre deste ano, em comparação com o terceiro, impactada por nova onda da epidemia e crise nas cadeias de abastecimento
A Alemanha está à beira da recessão neste inverno (no hemisfério Norte), à medida que obstruções no fornecimento e uma onda de novos casos de coronavírus prejudicam a economia.
A maior economia da Europa encolherá 0,5% no quarto trimestre deste ano, em comparação com o terceiro, e estagnará nos primeiros três meses de 2022, segundo projeções publicadas terça-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Ifo.
Uma economia está em recessão quando se contrai por dois trimestres consecutivos.
“As paralisações no fornecimento e a quarta onda do coronavírus estão desacelerando visivelmente a economia alemã”, disse em comunicado Timo Wollmershäuser, chefe de previsões do Ifo.
“A forte recuperação pós-pandemia que era originalmente esperada para 2022 ainda não se materializou.”
Espera-se que o crescimento acelere no próximo verão, à medida que uma onda de casos de coronavírus diminua e as obstruções no fornecimento diminuam, mas o início lento do ano custará ao país. Ifo reduziu sua previsão de crescimento para 2022 em 1,4 ponto percentual, para 3,7%.
O Instituto espera que a inflação aumente 3,1% neste ano e 3,3% em 2022, taxas que excedem em muito a meta do Banco Central Europeu (BCE) de 2%. Os preços ao consumidor não devem voltar ao normal até 2023.
A perspectiva sombria surge enquanto os países ao redor do mundo se preparam para uma onda potencial de casos de coronavírus causados pela variante Ômicron, que poderia adicionar pressão às cadeias de abastecimento globais esticadas e forçar os bancos centrais a repensar os planos de retirar o apoio à economia.
Na semana passada, a Alemanha registrou o maior número de mortes diárias causadas pela Covid-19 desde fevereiro, enquanto lutava para controlar a quarta onda da pandemia. No início deste mês, o país proibiu que pessoas não vacinadas acessassem todos os estabelecimentos, exceto os mais essenciais, como supermercados e farmácias, como parte de novas restrições.
A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou na terça-feira (14) que um aumento no número de casos desaceleraria a recuperação da demanda global por petróleo. O grupo rebaixou sua previsão de demanda de petróleo em cerca de 100.000 barris por dia para 2021 e 2022, dizendo que as viagens aéreas e o combustível de aviação seriam os mais afetados.
O preço do petróleo Brent, referência global, caiu cerca de US$ 10 por barril desde o início de novembro, para menos de US$ 75. Ainda assim, a IEA disse que o golpe para a economia seria menos severo do que as ondas anteriores do vírus.
“As novas medidas de contenção postas em prática para deter a propagação do vírus provavelmente terão um impacto mais discreto na economia em comparação com as ondas anteriores da Covid, principalmente devido às campanhas de vacinação generalizadas”, disse a agência em seu relatório mensal de dezembro.
FONTE: Por CNN