Em diferentes modalidades, atletas de ponta têm recusado o imunizante por diferentes razões; saiba quais são
A detenção de Novak Djokovic na Austrália depois de o número 1 do tênis tentar burlar as regras de acesso à vacina, no começo do mês, gerou repercussão mundial. No entanto, ele não é o único atleta a contestar a eficácia da vacina. Outros esportistas também têm adotado a mesma postura.
A postura desses atletas vai na contramão do que autoridades médicas e científicas mais qualificadas para o assunto atestam: a segurança e eficácia das vacinas no combate à pandemia de Covid-19.
Um dos casos é do surfista Kelly Slater, um dos maiores de todos os tempos, que, assim como Djokovic, está enfrentando problemas para entrar na Austrália porque não se dispôs a atestar sua situação vacinal.
Entre os brasileiros, o atacante Alexandre Pato emitiu opiniões antivacina e a favor das atitudes de Djokovic. No caso de Pato, houve ainda um componente xenófobo, ele qualificou o coronavírus como “vírus chinês”.
Casos na NBA
Na NBA, os casos de recusa da vacinação já são mais conhecidos e têm representado um problema para os organizadores. Algumas das estrelas do maior basquete do mundo recusam a vacina e aderiram a teorias conspiratórias.
A situação do basquete americano é delicada e envolve episódios de racismo ao longo do século 20 que ajudaram a cultivar uma forte resistência a campanhas vacinais entre a comunidade negra, que cede a maior parte dos jogadores para a liga do país.
Entre os anos 1930 e 1970, houve no estado do Alabama um experimento promovido por cientistas brancos que utilizaram homens negros para testar medicamentos contra a sífilis. Por esse e outros motivos, a campanha contra a vacinação faz eco em parte da comunidade negra americana.
Futebol inglês
Na Inglaterra, onde se joga a maior liga de futebol do mundo, os casos de recusa à vacina também são alarmantes.
Uma das organizações que cuidam do futebol local afirma que 25% dos jogadores das suas competições, entre elas, as segunda, terceira e quarta divisões, não querem se vacinar.
Confira dez atletas que não se vacinaram contra a Covid-19:
Conheça alguns dos esportistas que têm negado a vacina e seus benefícios. O tenista sérvio Novak Djokovic, número um do mundo, foi detido na Austrália por não apresentar o atestado vacinal em janeiro deste anoCrédito: Scott Barbour
Na NBA, a maior liga de basquete do mundo, Kyrie Irving, jogador do Brooklyn Nets e vice-presidente do sindicato dos jogadores, se mostrou adepto a teorias conspiratórias que apontam intenções sombrias na aplicação dos imunizantes
Irving não está sozinho. Bradley Beal, estrela do Washington Wizards, questionou a eficácia da vacina em entrevista coletiva. Eles e outros jogadores foram elogiados nominalmente pelo ultraconservador republicano, Ted Cruz pela postura antivacina
Jonathan Isaac, do Orlando Magic, é outro negacionista na NBA. A existência de tantos negacionistas negros não é por acaso, está relacionada ao experimento Tuskegee, que usou homens negros para testar medicamentos contra a sífilis no Alabama entre 1930 e 1970.
O jogador de futebol americano Cole Beasley, que já defendeu o Dallas Cowboys, da NFL, e atualmente está no Buffalo Bills, se colocou contrário à vacina e disse que “poderia morrer de Covid-19”, mas que preferia a verdade
Assim como Djokovic, a lenda do surfe, Kelly Slater, 11 vezes campeão do mundo, enfrenta problemas com as autoridades australianas por não atestar vacinação para entrar no país e disputar mais um mundial. Slater elogiou Djokovic quando o tenista foi detido.
O futebol brasileiro não ficou de fora da onda negacionista. Alexandre Pato, publicou mensagem de apoio a Djokovic, classificando a vacina como “picada experimental” e o coronavírus como “vírus chinês”. Ele voltou atrás e pediu às pessoas que se vacinem.
Outro que parece ter voltado atrás no seu negacionismo foi o jogador alemão Joshua Kimmich, que atua pelo Bayern de Munique. Ele se recusou a tomar vacina em outubro, até que contraiu a doença, no final de 2021, e, com algumas sequelas leves, optou por se vacinar.
A seleção brasileira também teve problemas relacionados à recusa à vacinação. O lateral-esquerdo Renan Lodi, do Atlético de Madrid, tomou apenas a primeira dose e viu seu nome ser riscado da lista de Tite para os primeiros jogos de 2022.
O negacionismo no futebol pode ser mais grave do que aparenta. A EFL (English Football League), responsável por alguns dos campeonatos profissionais da Inglaterra, disse que 25% dos jogadores não têm intenção de tomar vacina contra a Covid-19.
FONTE: Por CNN