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station eleven, girls5eva, yellowjackets, a volta de sex and the city: 2022 até agora

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Mackenzie Davis em cena de "Station Eleven" — Foto: Divulgação/HBO Max

Eis um compilado do que tenho visto, de bom e não tão bom, neste difícil começo de 2022:

Station Eleven (HBO Max)

A não ser que a gente tenha o melhor ano das últimas décadas em matéria de  série boas, não tem a menor chance de “Station Eleven” (ou “Estação Onze”, na HBO Max) não aparecer no meu top 3 de séries deste 2022 (sim, eu sei que estreou no finalzinho de 2021). Porque, olha: que série maravilhosa.

De dar vontade de rever tudo, de ficar apegada aos personagens, de terminar episódios chorando abraçando a TV (talvez eu tenha feito isso). Adaptação de livro igualmente excelente – ousaria dizer que a série supera o livro -, conta a história de um grupo de pessoas que sobrevivem a uma, hã, sim, a uma pandemia que dizimou 99% da população mundial.  

Mas a série não é sobre a pandemia, que é só o ponto de partida para a história. É muito mais sobre a vida depois do fim do mundo, sobre esperança, recomeços e várias palavrinhas clichê que aqui fogem completamente do óbvio para entregar uma história linda, maluca, profunda e delicada. 

A série vai e volta no tempo e é centrada em Kristen (Matilda Lawler criança, Mackenzie Davis adulta, ambas sensacionais), uma menina que atuava como atriz mirim numa peça de Shakespeare  e é uma das sobreviventes da pandemia graças à ajuda de um desconhecido. Vinte anos depois, ela é parte de uma trupe de atores e músicos que faz anualmente uma turnê pelos, digamos, povoados formados por quem sobreviveu à tragédia.

“Station Eleven” fala de arte e civilização, de amizade, medo, amor. Tem personagens ótimos, atuações maravilhosas e uma história bem inesperada. Por favor: veja.  E nada de desistir depois de dois episódios. Acredita em mim, nunca te pedi nada. (Vou falar uma coisa para quem é leitor mais antigo deste blog: essa série é nível “The Leftovers”, inclusive é escrita por um de seus roteiristas.)

Girls5Eva (Globoplay)
Busy Philipps, Renée Elise Goldsberry,  Sara Bareilles e  Paula Pell em cena de "Girls5Eva", do Globoplay — Foto: Divulgação/Globoplay
Busy Philipps, Renée Elise Goldsberry, Sara Bareilles e Paula Pell em cena de “Girls5Eva”, do Globoplay — Foto: Divulgação/Globoplay

Quatro ex-integrantes de uma banda tipo Spicy Girls que só teve um grande sucesso, 20 anos atrás, se reencontram – e começam a querer relançar a banda – depois que uma de suas músicas é sampleada por um rapper badalado. Essa é a premissa da melhor estreia deste 2022 no streaming brasileiro até agora  (a série é do ano passado e demorou demais pra estar entre nós, mas enfim chegou, tks Globoplay).  

“Girls5Eva” é aquela série com tanta piada e tanta referência que vale ver e rever para poder rir em vários níveis.  Não é para menos: é escrita por uma ex-SNL, Meredith Scardino,  produzida pelos gênios Tina Fey (minha ídola suprema) e Robert Cartlock, as mentes brilhantes por trás de “30 Rock” e “Unbreakable Kimmy Schmidt”, e ainda tem as músicas – nada menos que geniais – escritas por Jeff Richmond (não por acaso marido da Tina Fey). 

Como toda comédia, é sempre bom lembrar, demora um pouquinho para achar o tom e engatar, tanto a história quanto as personagens – menos a maravilhosa Renée Elise Goldsberry (de “Hamilton”), que brilha do começo ao fim (ok, Sara Bareilles e sua Dawn está ótima desde o começo; Busy Philipps demora pra achar o tom de sua loira burra, e Gloria, personagem de Paula Pell, fica meio presa nas mesmas piadas. Nada grave).

Mesmo com alguns poucos defeitinhos iniciais, já no terceiro episódio a série atinge a perfeição com o produtor sueco e o drama do New York lonely boy. Vou usar de novo a palavra genial, porque meu vocabulário pra séries geniais é meio limitado, mas é isso aí. Vai com fé. É genial. 

Yellowjackets (Paramount +) 
Cena de 'Yellowjackets' — Foto: Divulgação/Paramount+
Cena de ‘Yellowjackets’ — Foto: Divulgação/Paramount+

Essa é a série feita sob medida para quem tem aquela saudade louca de “Lost”: um grupo de estudantes, de um time de futebol feminino, sobrevive a uma queda de avião e passa meses no meio do mato (e, aqui, num frio extremo), com pouca comida e coisas bem estranhas acontecendo.  

Como em “Lost”, a série se passa em dois tempos distintos: no presente, com as sobreviventes já adultas tendo que lidar com traumas e segredos 20 anos depois, e no passado, com as adolescentes tentando sobreviver enquanto esperam um resgate que demora mais de um ano pra chegar.

E, como em “Lost”, a gente sabe que não tem muito jeito de a história terminar de um jeito satisfatório. Mas estou ansiosa pela segunda temporada, preciso dizer.  Ah, a série tem no elenco nomes como Juliette Lewis e Cristina Ricci. 

And Just Like That, a volta de Sex and the city (HBO Max)
Cynthia Nixon, Sarah Jessica Parker e Kristin Davis em cena de And just like that, continuação de Sex and the City — Foto: Divulgação/HBO Max
Cynthia Nixon, Sarah Jessica Parker e Kristin Davis em cena de And just like that, continuação de Sex and the City — Foto: Divulgação/HBO Max

Só pelo trailer a gente já tinha noção de que essa volta não ia ser boa, né. Pelo trailer e pela ausência da Samantha. Dito e feito: a nova temporada da série que foi um marco na TV no começo dos anos 2000 é sofrível. Eu assisti, claro, até porque queria ver como estavam hoje as personagens de quem eu tanto gostava lá atrás. Não foi fácil, desisti já no meio do primeiro episódio (que é ruim demais) e voltei depois que me convenceram que o episódio terminava bem (é verdade).

Os problemas aqui são vários. Como em 2021 ninguém mais tem licença para só ter personagens brancos e héteros numa série, ainda bem, a galera correu para colocar, hã, diversidade. Mas tudo aparece de um jeito quase sempre artificial demais (Charlotte e o marido aparentemente nunca tinha visto casais negros, Miranda aparentemente nunca tinha interagido com uma pessoa negra na vida, sem falar nas discussões bem artificiais sobre gênero e afins. Mas vale dizer que foi legal ver Sara Ramirez como Che).

Tirando que os diálogos são completamente forçados, de um jeito que quase nada ali parece dito por pessoas de verdade. Tudo, absolutamente tudo, envolve um trocadilho, uma resposta muito espertinha demais, uma citação a alguma coisa. Tão cansativo. Ah, e as atuações são ruins. E as roupas da Carrie já parecem meio over demais da conta. Enfim. 

Mas se você, como eu, era fã de “Sex and the City”,  talvez seja o caso de assistir, em nome do passado. Ou não.

Tirando isso estou ficando levemente cansada da Rue drogadona sem ninguém perceber em “Euphoria” e torcendo para a nova temporada da outrora sensacional “Search Party” seja melhor que o fraquinho quarto ano (ambas HBO Max), ficando bem apegada a “Superstore”, bela série good vibe pra ver sem compromisso (que tem tanto na Netflix quanto na Amazon Prime Video) e amando de paixão embora com atraso a segunda temporada de “Better Things” (Starplus). 

FONTE: Por G1

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