A Petrobras realiza nesta segunda-feira (20) o pagamento de cerca de R$ 24 bilhões em dividendos para os seus acionistas, incluindo o governo federal, que receberá cerca de R$ 8,8 bilhões.
Segundo a estatal, o pagamento representa a 1ª parcela da remuneração aos acionistas que foi aprovada pelo Conselho de Administração em 5 de maio deste ano. A segunda parcela será paga em 20 de julho, totalizando R$ 48,5 bilhões.
O valor pago é de R$ 1,85 por ação ordinária e preferencial em circulação, levando em conta a posição acionária do dia 23 de maio. Há ainda o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP), de R$ 0,43 por ação.
A empresa informa que o valor referente ao JCP pago terá incidência de imposto de renda na fonte, com exceção de acionistas isentos ou domiciliados em países ou jurisdições liberadas legalmente da cobrança.
No caso dos detentores de recibos de ações negociados na bolsa de Nova York (ADRs), o pagamento começará em 27 de junho.
Caso os acionistas não reivindiquem os dividendos e JCP em três dias úteis a partir da data do pagamento, o valor retorna para a companhia.
Um levantamento da CNN aponta que, entre 2020 e 2021, o repasse ao grupo acionista majoritário formado pela União e outros entes federais, como o BNDES, saltou de R$ 2,5 bilhões para R$ 27,1 bilhões, um aumento de quase 1.000%. Já neste ano, a parcial até julho é de R$ 32 bilhões.
O crescimento está ligado ao salto no lucro da Petrobras devido ao aumento dos preços dos combustíveis, que segue o avanço da cotação do petróleo a nível internacional causada pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, além de vendas de alguns ativos e um processo de recuperação das contas da companhia.
No primeiro trimestre de 2022, o lucro líquido da empresa foi de R$ 44,5 bilhões, um salto de 3.000% ante o mesmo período de 2021. O resultado foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, que disse que “quem paga a conta é a população brasileira”.
“É inadmissível o lucro da Petrobras ser enorme durante uma crise, isso é um crime. Quem paga a conta do lucro da Petrobras é a população brasileira. Eu não mando e não vou interferir na estatal, isso é irresponsabilidade e está descartado. Se tiver mais um aumento de combustível o Brasil pode quebrar”, afirmou.
Ainda nesta segunda-feira, o presidente da estatal, José Mauro Ferreira Coelho, renunciou ao cargo após uma série de críticas de Bolsonaro e do presidente da Câmara, Arthur Lira, devido ao anúncio de um novo reajuste no diesel e na gasolina. Ele será substituído interinamente por Fernando Borges.
FONTE: Por CNN