O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, acontece devido à morte das células de uma região do músculo do coração causada pela formação de um coágulo que interrompe o fluxo de sangue. De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que, no Brasil, ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto e que a cada 5 a 7 casos, ocorra uma morte.
A principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias causando a obstrução. Na maioria dos casos o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo.
O ex-secretário Especial da Cultura Mario Frias foi internado na noite de segunda-feira (4) devido a um quadro de infarto agudo do miocárdio. Em dezembro de 2020, Frias foi internado devido a um princípio de infarto. Na ocasião, foram colocados dois stents após procedimento de cateterismo.
Especialista consultado pela CNN explica quais são os principais fatores de risco e por que algumas pessoas podem sofrer mais de um infarto ao longo da vida.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco de desenvolvimento de infarto são o tabagismo e o colesterol em excesso. O comportamento favorece a formação e o acúmulo de placas de gordura, além de contribuir para o desenvolvimento de hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes.
De acordo com o médico cardiologista Carlos Rassi, do Hospital Sírio-Libanês de Brasília e professor de Cardiologia da Universidade de Brasília (UnB), pessoas que já sofreram infarto apresentam chances aumentadas de novos episódios.
“Todo paciente que infarta vai ser para o resto da vida um paciente de muito alto risco para ter novos eventos de infarto. A doença aterosclerótica, desenvolvida pelo somatório de vários fatores como idade avançada, diabetes, hipertensão, histórico familiar, tabagismo, sedentarismo, obesidade e estresse, normalmente acontece em vários locais, não somente em um vaso específico como as artérias do coração”, explica o médico.
O especialista afirma que a falta de cuidado de outras condições de saúde, como a obesidade, o diabetes e a hipertensão, e a ausência na mudança de hábitos de vida, como a manutenção do tabagismo e do sedentarismo, também aumentam a probabilidade de novos infartos.
O infarto requer cuidados médicos imediatos. O tratamento é cirúrgico ou medicamentoso, com uso de anticoagulantes, por exemplo.
“Se não trata a hipertensão ou o diabetes, se não para de fumar, se não melhora hábitos alimentares e de atividade física, tudo isso faz com que a doença continue a se desenvolver. Mesmo fazendo tudo correto, pode desenvolver outros episódios. O tratamento diminui os riscos, aumenta a qualidade de vida, mas não zera os riscos”, alerta.
Além da prática regular de exercícios físicos, alimentação adequada e evitar o tabagismo, a prevenção de doenças como a aterosclerose, diabetes e obesidade contribuem para evitar o entupimento das artérias e o infarto.
Sinais e sintomas de infarto
O monitoramento regular das condições cardíacas permite a identificação precoce de possíveis alterações vasculares. Rassi recomenda que pessoas que já sofreram infarto realizem acompanhamento médico de uma a duas vezes ao ano e mantenham atenção aos sintomas.
Embora o infarto possa acontecer de maneira súbita, parte dos pacientes pode apresentar sinais que incluem dor ou desconforto na região peitoral que pode afetar as costas, rosto, braço esquerdo e, mais raramente, o braço direito.
O desconforto costuma ser intenso e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre tórax. Esses sinais podem ser acompanhados de suor frio, palidez, falta de ar e sensação de desmaio. Em idosos, o principal sintoma pode ser a falta de ar.
“Existem pacientes que podem ter quadros que avisam previamente um infarto, como dor no peito, falta de ar, cansaço aos esforços que não tinha antes. Tudo isso são sinais que devemos ficar atentos. Nessas situações, procure um cardiologista para ser avaliado”, diz Rassi.
FONTE: Por CNN