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Médico acusado de estuprar pacientes no AM têm pedidos de suspensão de processos negados pela justiça 

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Para acessar prédios do TJAM, todos deverão comprovar, obrigatoriamente, a imunização contra a doença ou apresentar justa causa para não tê-la feito. — Foto: Graziela Maia/G1

O médico Júlio Adriano da Rocha Carvalho, acusado de estuprar pacientes no próprio consultório, em Manaus, teve dois pedidos de suspensão dos processos negados pela Justiça do Amazonas. O homem responde às ações em liberdade.

Ao g1, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) informou, nesta quarta-feira (20), que o médico responde a dois processos no primeiro grau de jurisdição, sendo o primeiro de 2018, com duas vítimas. O segundo processo foi ingressado em 2019 e tem quatro vítimas. 

Em 2019, uma vítima, que pediu para não ser identificada, contou à Rede Amazônica que procurou o pronto-socorro de um hospital particular em Manaus com sintomas de gripe. Ela disse que foi abusada dentro do consultório. 

“Ele passou o telescópio no meu peito. Pensei que era normal, na hora. Quando eu sentei, ele segurou minhas mãos, tirou minha calça e colocou as mãos na minha parte íntima. Ele me imprensou e tirou uma camisinha da bolsa, colocando a genitália dele para fora”, relatou a vítima.

O Ministério Público já ofereceu denúncia nos dois processos em que o médico é acusado. No momento, as duas ações estão em fase de instrução processual.

Segundo o Tribunal de Justiça, a pandemia da Covid-19 prejudicou o andamento das ações devido à dificuldade de localização das pessoas citadas nas ações. 

Ainda conforme a justiça, a defesa do médico entrou com dois recursos, sendo um no 1º grau e outro no 2º grau. Os advogados alegaram “a decadência de direito de ação”, que seria a perda do direito do Ministério Público e das vítimas de processar o réu, diante da inércia durante o tempo fixado no Código Penal. A defesa pede, ainda, a absolvição sumária do acusado. 

Os dois recursos foram negados, tanto pela juiza de 1º grau, Careen Aguiar Fernandes, como pela desembargadora Carla Reis, em junho deste ano. Com isso, as ações seguem na fase de instrução. 

Crimes aconteceram no consultório, afirmam as vítimas

Ainda conforme a vítima ouvida pela Rede Amazônica em 2019, Júlio Adriano da Rocha Carvalho teria conseguido o telefone da paciente pelo sistema e mandado mensagens para o seu celular. Em uma delas, o médico diz “Você vai deixar eu me redimir, e terminar o que começamos em um local onde você fique mais confortável?”. A vítima responde “Não foi eu quem começou, foi você”. 

Na época, as vítimas prestaram queixa no 24º Distrito Integrado de Polícia de Manaus. O delegado Marcelo Martins atendeu o caso e localizou denúncias de outras duas vítimas em 2016. Abusos contra pacientes também teriam ocorrido em unidades públicas de saúde. 

“Ele tinha esse modus operandi de trancar a porta da sala e solicitar a tirada de roupas. Ao final, ele colocava as mãos nas partes íntimas das vítimas. Caso exista alguma outra vítima, podem procurar o 24º DIP que vamos investigar”, disse o delegado à época. 

Ainda em janeiro de 2019, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) cumpriu um pedido da 7ª Vara Criminal e suspendeu a inscrição de Júlio Adriano da Rocha Carvalho. Ele estava impedido de exercer a profissão. 

Na época, a justiça também determinou outra medidas cautelares, como proibir Júlio de entrar em qualquer ambiente hospitalar ou de saúde e o uso de tornozeleira eletrônica.

FONTE: Por G1 AM

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