O motorista Marcos Rodrigues Feitosa, de 39 anos, e a servidora pública aposentada, Maria Viana Carneiro, de 66, estão entre os mortos após o desabamento de uma ponte no km 25 da BR-319, no município do Careiro, no Amazonas. Um terceiro homem também morreu, mas ainda não há confirmação da identidade.
O acidente aconteceu na manhã desta quarta-feira (28). Veículos faziam a travessia da ponte Curuçá quando a estrutura desabou, por volta das 8h (horário local, 9h no horário de Brasília). Pelo menos 12 veículos afundaram com o desabamento da ponte.
O Corpo de Bombeiros faz buscas por desaparecidos e informou que o número de vítimas pode aumentar nas próximas horas. A estimativa é que entre oito e 15 pessoas estejam desaparecidas.
Por volta das 19h desta quarta-feira (28), horário de Manaus, as buscas foram encerradas, segundo a Secretaria de Comunicação do Governo.
Para intensificar as buscas por pessoas desaparecidas, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) ativou um gabinete de crise para integrar as ações dos órgãos estaduais e federais envolvidos no resgate.
O gabinete vai funcionar no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), localizado na Zona Centro-sul da capital.
Quem são as vítimas?
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A primeira vítima identificada foi Maria Viana Cordeiro, de 66 anos, servidora aposentada da Prefeitura de Manaus. Maria trabalhava na Casa Civil da administração municipal. Em nota, o prefeito de Manaus, David Almeida, lamentou a morte da ex-servidora.
“Neste momento de dor e tristeza, registramos nosso apoio e sentimentos de pesar aos familiares e amigos de Maria”, declarou o prefeito.
Motorista
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A segunda vítima identificada foi o motorista Marcos Rodrigues Feitosa, de 39 anos. Segundo a esposa dele, Rainelma Gama, ele fazia o trajeto de uma a três vezes por semana e trabalhava para uma empresa de distribuição de alimentos.
“Ele buscava carga de peixes naquela região e trazia para capital, onde abastecia os frigoríficos e supermercados. O Marcos já reclamava da estrutura da ponte, que estava corroída. Os motoristas passavam pelo cantinho, porque a cabeceira da ponte já estava cedendo, e passavam com medo”, disse.
O motorista deixa três filhas. Para a esposa, além da dor da perda, fica o sentimento de revolta.
“Meu marido era um cara bem família e muito presente nas nossas vidas. O sentimento que fica é de dor, de perda. Eu culpo as autoridades que sabiam desse problema, mas não deram importância para os trabalhadores e deixaram acontecer o pior”, finalizou.
Número de mortos pode subir nas próximas horas
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O comandante-geral da corporação, Orleilson Muniz, disse, no início da tarde, que ainda não há como precisar o número de desaparecidos. No entanto, segundo moradores e testemunhas do acidente, há entre oito e 15 desaparecidos.
“Nós precisamos contabilizar o número certo. Estamos vasculhando criteriosamente para não haver possibilidade de deixar nada sob dúvida. Por isso ainda não podemos precisar. [Mas] alguns falam entre oito, 12, 15 vítimas. À medida que fomos resgatando essas vítimas, vamos informando”, falou.
O comandante também detalhou o trabalho de busca das vítimas do acidente. Segundo ele, os bombeiros fizeram o trabalho de identificação do local. Onde a ponte caiu, o rio tem cerca de 20 metros de profundidade.
“Identificamos uma Kombi que tinha muitas pessoas dentro, [mas] ainda não localizamos as pessoas. Temos informações de vítimas presas nas ferragens, submersas, e vai ser feito um trabalho de ‘reflutuação’ desses veículos para só, posteriormente, fazer o trabalho de desencarceramento e, aí, a remoção. Por isso, é um trabalho demorado.”
O governo do Amazonas informou que se colocou à disposição do Ministério da Infraestrutura e do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), para garantir a circulação de veículos na região.
Também foi instalado um Comitê de Resposta Rápida para coordenar as ações de resgate. Além dos bombeiros, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), a Defesa Civil e a Secretária de Estado de Saúde (SES-AM), estão no local.

FONTE: Por G1 AM/Foto: William Duarte / Rede Amazônica