A Polícia Federal (PF) realiza, nesta quinta-feira (9), uma operação contra corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula do governo do Acre. Em Manaus, a PF cumpre mandados de busca e apreensão em um condomínio de luxo na Ponta Negra, Zona Oeste da capital.
A ação é uma nova fase da operação Ptolomeu, iniciada em 2021 e que investiga, entre outros, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP). Os mandados foram autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A operação, intitulada “Ptolomeu III”, foi deflagrada a partir de investigações da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República, da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
O STJ determinou o bloqueio de R$ 120 milhões em bens dos investigados, incluindo valores em contas bancárias, aeronaves, casas e apartamentos de luxo. Segundo a PF, o cumprimento dos mandados envolve mais de 300 policiais federais nesta quinta.
Além do Amazonas, há mandados sendo cumpridos no Acre, em Goiás, no Piauí, no Paraná, em Rondônia e no Distrito Federal. No Acre, equipes da PF fizeram buscas em gabinetes da Casa Civil e da Secretaria de Fazenda do estado.
Suposto esquema milionário
De acordo com material divulgado pela Controladoria Geral da União, a operação tenta desarticular uma “organização criminosa especializada em fraudar contratações públicas”. Há suspeita de que recursos da saúde, da educação e do BNDES para obras de infraestrutura e serviços de manutenção tenham sido desviados.
A CGU e a PF identificaram “superfaturamento e inexecução contratual em pelo menos quatro contratos com empresas da área de construção civil”.
Essas empresas receberam, desde 2019, mais de R$ 268,6 milhões em recursos públicos. As evidências apontam uma série de condutas irregulares, incluindo:
- uso de sócios ocultos para disfarçar a conexão das empresas com servidores públicos envolvidos nas contratações;
- movimentações de altos valores em espécie (dinheiro vivo);
- operação de “smurfing” – divisão das quantias em uma série de transações menores em contas correntes para não chamar a atenção dos órgãos de controle.
FONTE: Por G1 AM