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Primeiro dia de audiências do caso Bruno e Dom é marcado por problemas de internet e apenas uma testemunha ouvida

As audiências acontecem no fórum da Justiça Federal, em Tabatinga, no interior do Amazonas e devem seguir até quarta-feira (22).

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Primeiro dia de audiências do caso Bruno e Dom, no Amazonas. — Foto: Rede Amazônica

O primeiro dia de audiências de instrução e julgamento para decidir se os acusados de assassinar o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips vão a júri popular nesta segunda-feira (20), foi marcado por problemas na internet que atrasaram o início dos trabalhos.

Ao fim do dia, apenas uma testemunha foi ouvida no fórum da Justiça Federal, em Tabatinga, no interior do Amazonas. As audiências devem seguir até a quarta (22).

Pela manha, a sessão foi suspensa porque os três réus presos em penitenciárias federais estavam sem conexão para a videoconferência.

Os trabalhos foram retomados à tarde. Por volta das 15h, a primeira testemunha começou a depor, mas teve de parar, porque os advogados de acusação e defesa, que estavam online, não conseguiam ouvir o depoimento.

“Hoje foi um dia atípico. Nós nunca tivemos uma única audiência cancelada por problemas técnicos. Então, é lamentável”, disse o juiz Fabiano Verli.

Além do depoimento dos presos, estavam previstos depoimentos online de algumas testemunhas. Por causa da má qualidade do sinal da internet do fórum de Tabatinga, a Justiça precisou utilizar o sinal de internet via satélite de um morador vizinho do prédio.

“A falta da internet nos causou muito problema. Nós precisamos ter uma internet no Vale do Javari, no Alto Solimões, no Oeste do Amazonas. Sem internet hoje, que é uma questão infraestrutural, de primeira necessidade, nós temos muita dificuldade como vimos hoje para fazer Justiça. Hoje, poderíamos ter ouvido 5 ou 6 testemunhas. Ouvimos uma única testemunha”, disse o juiz.

Verli afirmou ainda que deve ter um encontro com a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que está no estado, em que deve discutir a situação ocorrida do problema na conexão que causou transtornos durante o primeiro dia de audiências.

Para esta terça-feira (21), estão previstos os depoimentos de quatro testemunhas do processo.

Os réus Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”; Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Dantos”; e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, devem ser ouvidos na quarta-feira (22).

Em dezembro de 2022, Amarildo foi transferido para o presídio de Catanduvas (PR), enquanto Oseney e Jeferson foram colocados na penitenciária de Campo Grande (MS).

Em fevereiro deste ano, o ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de liminar para recambiar os três suspeitos um presídio estadual, em Manaus.

Audiências

Durante três dias de audiência, serão ouvidas 15 testemunhas. O depoimento dos três acusados acontecerá por videoconferência.

Na audiência de instrução e julgamento, o objetivo é verificar se as provas testemunhais colhidas durante a fase do inquérito policial são robustas ou não para irem a júri popular.

As audiências estavam marcadas para ocorrer nos dias 23, 24 e 25 de janeiro, mas não aconteceram por problemas técnicos, conforme a Justiça Federal no Amazonas.

Caso Bruno e Dom

Segunda maior reserva indígena do país, o Vale do Javari teve o grave problema da insegurança exposto após os assassinatos de Bruno e Dom. Eles desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia, e foram vistos pela última vez no dia 5 de junho de 2022, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael.

De lá, seguiriam para Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.

Protesto de indígenas pede justiça após mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips — Foto: Diego Nigro/Reuters
Protesto de indígenas pede justiça após mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips — Foto: Diego Nigro/Reuters

Os restos mortais dos dois foram encontrados em 15 de junho. As vítimas teriam foram mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e enterrados. Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.

Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos santos”, e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, estão presos em penitenciárias federais suspeitos de cometerem os assassinatos.

Além dos três acusados, no fim de janeiro, a Polícia Federal (PF) apontou Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como o mandante dos homicídios.

Colômbia está preso desde dezembro do ano passado. Ele chegou a ser solto após pagar uma fiança de R$ 15 mil, em outubro. A prisão foi decretada novamente pela Justiça Federal após ele descumprir condições impostas quando obteve liberdade provisória. Colômbia também é investigado por pesca ilegal e tráfico de drogas.

Segundo as investigações, “Colômbia” tinha relação direta com Amarildo. No processo, o Ministério Público Federal denunciou Amarildo, Oseney e Jefferson pelo assassinato das vítimas. De acordo com o superintendente, Colômbia também será indiciado.

FONTE: Por G1 AM

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