O novo capítulo da guerra entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas tem, por trás, vários atores “coadjuvantes”, que estão ligados, direta ou indiretamente, com o conflito que se arrasta há décadas.
PUBLICIDADE
Não apenas Israel está diretamente envolvido, mas outros países também, seja com apoio bélico, promessas ou simplesmente a “simpatia” com algumas das causas.
Até mesmo Rússia e Ucrânia, que vivem uma guerra particular por controle de terras, se manifestaram sobre o conflito entre israelenses e palestinas. Os Estados Unidos têm uma forte opinião contra o Hamas, considerado por eles como terroristas.
O Brasil se envolveu em uma polêmica em, uma nota oficial, ao não citar o nome do grupo que promoveu ataques em outubro de 2023, mas não está diretamente ligado ao conflito.
Confira os posicionamentos dos principais países ligados ao conflito:
Egito
Um dos países com maior importância para a relação entre Israel e Gaza, o Egito faz fronteira com o sul da Faixa de Gaza e controla quem atravessa as fronteiras. O país tem um histórico de relações estremecidas com Israel.
Apesar disso, foi o primeiro do mundo árabe a assinar um acordo de paz, na década de 1970. Em 2021, líderes dos dois países se reuniram pela primeira vez em 40 anos. O governo do Egito condenou os ataques e disse “torcer para que a voz da razão prevalesça”.
Catar
Apesar de também ser um país árabe estratégico, o Catar tem tentado adotar um tom mais “conciliador” na disputa pelos territórios, apesar de concordar com a criação da Palestina. Condenou os ataques do Hamas em outubro de 2023 e assumiu mediar uma tentativa de negociação para libertação de reféns.
Mas, segundo a publicação alemã DW, ajuda a pagar os salários das organizações civis do Hamas, como escolas, orfanatos e restaurantes populares. O governo diz que isso é uma forma de “manter a janela de diálogo aberta”, conforme o relato da reportagem.
Irã
O país já chegou a enviar 25% de todo o faturamento do Hamas no passado. Com as sanções econômicas que sofreu nas últimas décadas, porém, o investimento foi reduzido. O Irã é ainda um forte apoiador político das práticas do Hamas, e disse apoiar as ações do grupo até “que Jerusalém seja libertada”. O Irã também considera Israel e os países ocidentais como sionistas, e é a favor do plano original de 1948, criando dois países.
Arábia Saudita
Historicamente alinhada com a causa palestina, a Arábia Saudita disse que vai apoiar os palestinos e não vai poupar esforços para restaurar “a calma e a tranquilidade” no território, especialmente após os ataques de outubro de 2023.
Ao mesmo tempo, o país começou uma aproximação com Israel, com mediação dos Estados Unidos, para tentar melhorar as relações entre as duas nações. As relações acabaram estremecidas após os ataques.
Líbano
Também apoiando a causa palestina, o Líbano já guerreou com Israel em outras oportunidades históricas. O Hezbollah, grupo extremista libanês, lançou mísseis em direção a Israel após os ataques do Hamas, em outubro de 2023. O governo não apoiou os ataques pois não está disposto a entrar em uma nova guerra.
China
Tenta não se envolver diretamente nem com israelenses tampouco com palestinos. Nos ataques de outubro de 2023, o país se colocou “em cima do muro”. Disse se opor à violência e ataques, sem especificar quais, e disse que a solução mais “certa a se seguir” é a de dois Estados (
Analistas internacionais consideram que a China, apesar de ser pouco experiente no “jogo de xadrez da geopolítica”, tem no poder de financiamentos e concessões econômicas um grande trunfo. O Irã mesmo se aproveita dessas oportunidades para recapitalizar o país — e, por tabela, voltar a financiar o Hamas com robustez.
Estados Unidos
Aliado histórico de Israel, os Estados Unidos sempre condenam todos os atos do Hamas, que considera como terroristas. Disponibilizou um porta-aviões militar próximo à Faixa de Gaza, como uma demonstração de apoio.
Porém, desde o início da gestão de Joe Biden, os Estados Unidos tem mostrado um certo distanciamento do governo de Benjamin Netanyahu, especialmente por causa da diferença de pensamentos ideológicos, já que o premiê de Israel fez aliança com ultradireitistas para formar governo. Até por isso, os norte-americanos apenas observam as recentes movimentações.
Rússia
Não condenou os ataques do Hamas (e não o considera terrorista), nem a contraofensiva de Israel em outubro de 2023. Porém, por ser adversária dos Estados Unidos, soltou um comunicado cutucando os países do Ocidente, dizendo temer o envolvimento de ‘terceiros países’ no conflito, e se disse preocupado com a aproximação de navios norte-americanos em Israel.
A Rússia mantém relações com o Hamas, embora também tenha laços com Israel. O país é favorável à criação de um Estado palestino nos moldes do plano original do Reino Unido, de 1948.
Ucrânia
Em guerra com a Rússia, a Ucrânia também vive uma guerra ideológica sobre o conflito no Oriente Médio. O país considera que Israel tem “todo o direito” de se defender. O país, aliado aos Estados Unidos, condenou os ataques, e considera o Hamas um grupo terrorista.
Turquia
Nos ataques de outubro de 2023, a Turquia criticou Israel por causa das contraofensivas, que miraram alvos civis, como mesquitas, escolas e assentamentos civis.
O país também se disse disposto a ajudar a encontrar um “termo de paz” para a região. Vale lembrar que o Império Otomano, que é o berço da civilização turca, ocupou parte da Faixa de Gaza e a Cisjordânia até 1917.
FONTE: Por CNN