A Justiça do Amazonas aceitou, nesta quinta-feira (11), uma denúncia contra dois homens, de 31 e 21 anos, suspeitos de abusar sexualmente de crianças e transmitir o vírus do HIV propositalmente. Na decisão, o juiz Rosberg de Souza Crozara, da 2ª Vara de Crimes Sexuais, também manteve a prisão da dupla. O caso veio à tona em maio deste ano.
Segundo denúncia do Ministério Público, as investigações apontam impressões de trocas de mensagens que apontam que os dois indivíduos adquiriram e compartilharam fotos e vídeos de crianças em cenas de estupro de vulnerável, bem como admitem a prática de relações sexuais desprotegidas com o objetivo de transmitir o vírus HIV.
A partir de agora, os homens serão citados para apresentar defesa e a justiça vai pautar a audiência de instrução e julgamento, fase em que ouvirá as testemunhas, interrogará os réus e, por fim, se proferirá a sentença.
Os homens já haviam sido presos, inicialmente, em maio. Eles foram soltos em junho, após a Polícia Civil do Amazonas esquecer o prazo do fim da prisão da dupla. No entanto, um novo pedido de detenção preventiva foi apresentado e os homens se entregaram à polícia.
Na época, segundo a então titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Joyce Coelho, as investigações tiveram início há dois anos após uma denúncia anônima saída de uma assistência técnica de celulares. O denunciante informou a equipe que em um aparelho celular havia uma conversa entre dois homens que admitiam a prática de estupros e abusos.
“Na época a gente não pôde concluir a investigação, porque o celular não foi encontrado para ser apreendido. O que havia eram alguns prints que a suposta assistência técnica teria feito”, relembrou a delegada, na época.
Joyce Coelho também contou que as investigações foram retomadas em dezembro de 2023, após a Polícia Federal receber a mesma denúncia. Logo em seguida, ao intensificar as averiguações, a polícia conseguiu identificar os dois homens.
A polícia também identificou que os suspeitos, em trocas de mensagens, compartilhavam conteúdo pornográfico, além das informações sobre os abusos sexuais que teriam praticado contra crianças, com o intuito de transmitir o vírus HIV ou Aids (PVHA).
“Tudo indica que essas conversas, esses grupos, realmente são feitos a partir do aparelho celular. Então, essa operação foi bastante exitosa, inclusive no sentido de confirmar a autoria dos fatos. Eles de fato são os interlocutores dessas conversas”, afirmou a titular da Depca.
A delegada contou ainda que foi identificado um modus operandis da dupla, que compartilhavam informações sobre as preferências.
“Com o decorrer dessa investigação, poderemos identificar vítimas, uma vez que no teor dessas conversas, eles falavam a sua preferência por crianças, quanto mais nova, melhores, inclusive abordagens que poderiam ser feitas em locais públicos ou privados, inclusive em banheiros de shoppings”, destacou Joyce Coelho.
FONTE: Por G1 AM