Com dois gols contra a Sérvia – um deles de voleio -, Richarlison espantou um fantasma que assombrava a Seleção Brasileira desde a Copa do Mundo de 2014: o do camisa 9 que marca poucos gols
Na edição daquele ano, Fred vinha embalado após ser um dos artilheiros da Copa das Confederações de 2013, com cinco gols – dois deles na final, contra a Espanha. No Mundial, porém, foi aquém do esperado.
O camisa 9 do Fluminense marcou apenas uma vez em sete jogos: na goleada de 4 a 1 contra Camarões, no último jogo da fase de grupos.
Em 2018, o camisa 9 era Gabriel Jesus, que chegou na Rússia se destacando como o centroavante do Manchester City de Pep Guardiola e marcando seus gols em amistosos. Com ele, a decepção foi ainda maior.
Gabriel Jesus fechou a Copa com zero gols marcados e colocou um peso ainda maior sobre a camisa: desde Ronaldo, em 1998, 2002 e 2006, e Luís Fabiano, em 2010, o Brasil não tinha um número 9 fazedor de gols em Copas.
Mas aí, apareceu Richarlison. Aproveitando uma bola na pequena área e fazendo um golaço de voleio, o atual camisa 9 quebrou o trauma logo na estreia do Brasil na Copa do Mundo.
No Tottenham, o atacante é ofuscado pelo inglês Harry Kane e acaba jogando mais pela ponta direita. No Brasil, Richarlison é a referência na área – e os gols contra a Sérvia prometem algo diferente do que se via desde 2014.