O anúncio da redução de preços dos combustíveis pela Petrobras e a expectativa de uma nova política de dividendos pela estatal geram uma onda de pessimismo no mercado financeiro.
Com isso, as ações da estatal, que operaram a manhã em alta, passaram a cair e perdem quase 3% no início desta tarde em meio à expectativa do anúncio da volta dos tributos federais nos combustíveis.
Às 13h55, os ativos ordinários da petroleira caíam 3,46% na Bolsa. Os preferenciais, tinham queda de 2,41% no mesmo horário.
A Petrobras anunciou há pouco queda do preço médio da gasolina nas refinarias, de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro, uma diminuição de 13 centavos por litro ou 3,9%. Já o diesel teve redução de R$ 4,10 para R$ 4,02 por litro, corte de oito centavos por litro ou 2%. Os novos valores valem a partir de quarta-feira, 1º de março.
Discussão sobre dividendos
Em meio às discussões sobre a volta dos tributos federais nos combustíveis, analistas encararam esse anúncio como um sinal de que a Petrobras poderá, sim, ser usada como um instrumento no esforço do governo para tentar amenizar o impacto do aumento de impostos.
O temor é que parte dessa conta seja paga com os lucros da empresa – que poderiam ser reservados para tentar minimizar o aumento de preços ao consumidor.
Se isso acontecer, a estatal separaria alguns bilhões de reais do lucro para tentar fazer com que preço da gasolina não suba nos postos nos próximos dias. E, assim, os dividendos distribuídos pela companhia cairiam. Por isso, as ações caem com força nesta tarde.
Espaço para corte
Na gasolina, a queda do preço era esperada pelos economistas porque os preços praticados pela Petrobras estavam desalinhados com o mercado internacional. Cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) indicam que a gasolina vendida hoje pela Petrobras estava 18 centavos – ou 6% – acima da paridade com os custos de importação.
No caso de diesel, porém, a situação era um pouco diferente. Segundo a Abicom, o preço médio praticado pela Petrobras está, hoje, apenas um centavo acima da paridade internacional. Pelas contas da entidade, a diferença com os preços de importação é de 0% nesta quarta-feira. Não havia, portanto, espaço para o corte dos preços.
FONTE: Por CNN