Apesar de estreante na disputa política, deputada federal foi eleita em 2018 com o maior número de votos pelo DF. Ela deixa Câmara dos Deputados após reforma ministerial comandada pelo presidente da República.
Nomeada nesta terça-feira (30) para o cargo de ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) disse encarar a indicação de Jair Bolsonaro (sem partido), como um “gesto do presidente para com o Congresso Nacional”.
“Tenho interlocução com todos. Vamos diminuir as tensões”, afirma.
Casada com o ex-governador do DF José Roberto Arruda (veja mais detalhes abaixo), Flávia foi a candidata mais bem votada da capital para o cargo de deputada federal, nas eleições de 2018. Apesar de estreante na disputa política, contabilizou 121.340 votos.
Eleita, aos poucos, Flávia Arruda assumiu cargos dentro da Câmara e participou de projetos relacionados à violência contra a mulher. A deputada é do mesmo bloco político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O Centrão conseguiu emplacar o nome da parlamentar de primeiro mandato na presidência da Comissão Mista de Orçamento.
Antes de se tornar deputada, Flávia foi candidata a vice-governadora na chapa com Jofran Frejat (PR-DF), em 2014, como substituta do marido. Na época, José Roberto Arruda foi considerado ficha-suja pelo envolvimento na Operação Caixa de Pandora, também conhecida como Mensalão do DEM.
Formação
Formada em educação física pela Universidade Católica de Brasília e em direito no Centro Universitário Unieuro, a ministra diz que possui um “perfil de diálogo”.
A Secretaria de Governo da Presidência da República é responsável pela articulação política entre o Palácio do Planalto e o Congresso.
Família Arruda
José Roberto Arruda, marido da ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, foi governador do DF, entre 2007 e 2010. Ele foi preso e afastado do cargo por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na época, o Ministério Público denunciou Arruda por formação de quadrilha e corrupção de testemunha.
O político também foi cassado por infidelidade partidária pela Justiça Eleitoral. Mas antes disso, havia saído do DEM para evitar ser expulso da sigla.
José Roberto Arruda foi condenado pela Justiça após investigações relacionadas ao chamado Mensalão do DEM de Brasília ou Caixa de Pandora. O esquema de corrupção consistia em desvio de dinheiro na administração distrital para o pagamento de propina a políticos em troca de apoio a interesses dos envolvidos, segundo o Ministério Público.
O nome de Flávia Arruda chegou a ser citado na época das investigações. No entanto, não houve nenhuma denuncia do Ministério Público contra ela no processo, e a parlamentar tem a ficha limpa.
Alguns anos antes, em 2001, José Roberto Arruda também renunciou ao cargo de senador para evitar ser cassado. Ele foi investigado por suposto envolvimento na violação do painel eletrônico do Senado na votação da cassação do mandato de Luiz Estevão (na época, MDB-DF).
FONTE: Brenda Ortiz, G1 DF