Jocimar Justino conta como objeto foi flagrado no céu antes de cair no Oceano Índico
O astrônomo amador Jocimar Justino contou que registrou “por acaso” a passagem do foguete chinês que caiu no Oceano Índico nesta madrugada pelo céu no Sul do país.
“O registro foi meio que por acaso. Eu possuo uma estação de monitoramento voltada para o registro e análise de meteoros. Na sexta-feira (7), por volta das 18h43, verifiquei uns 10 registros, dei uma olhada rápida, a princípio não dei muita bola. Por volta de 20h30, comentaram em um grupo que alguém em Minas Gerais registrou algo no céu. O relato me chamou a atenção, corri para minha estação, puxei as imagens e olhei com mais atenção”, contou Justino.
“Se você olhar, ele não apagava totalmente, parece que é algo girando. Mandei a imagem para a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon, na sigla em inglês, da qual faz parte), eles puxaram dados de satélite e conferiram que se tratava do foguete chinês”, disse Justino.
Segundo informações da agência espacial da China, o foguete Long March 5B atingiu uma área no Oceano Índico a oeste das Maldivas, e teve a maior parte destruída na reentrada.
O foguete, que originalmente pesava mais de 22 toneladas, foi lançado por uma estação espacial chinesa no dia 29 de abril. Depois que seu combustível foi gasto, ele foi deixado para voar pelo espaço, sem controle, até que a gravidade da Terra o arrastasse de volta.
Geralmente, a comunidade espacial tenta evitar esses cenários. A maioria dos foguetes usados para erguer satélites e outros objetos no espaço conduzem reentradas mais controladas que miram o oceano, ou são deixados nas chamadas órbitas de “cemitério” que pode mantê-los no espaço por décadas ou séculos.
O Long March, porém, foi projetado de uma forma que “deixa esses grandes estágios em órbita baixa”, disse Jonathan McDowell, astrofísico do Centro de Astrofísica da Universidade de Harvard. Nesse caso, era impossível saber exatamente quando ou onde pousaria.
FONTE: Elis Franco, da CNN, em São Paulo