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Diretora da Precisa contesta ata da Saúde e nega proposta de 10 dólares por dose da Covaxin

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Diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades. Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Documento do ministério diz que valor foi ofertado em reunião em novembro. Contrato firmado em fevereiro previa dose a US$ 15; lotes não chegaram e compra foi suspensa após denúncias.

A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, negou em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (14) que a empresa tenha ofertado doses da vacina Covaxin ao Ministério da Saúde por um valor de US$ 10 a dose, em novembro de 2020.

Emanuela foi questionada pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a escalada de preços da vacina ao longo da negociação.

Documento enviado pelo ministério à CPI mostra que, em reunião no dia 20 de novembro, a Covaxin foi oferecida por US$ 10 a dose. A diretora negou, diversas vezes, que essa proposta tenha sido feita. “Não houve nenhuma oferta por U$$ 10 a dose”, afirmou.

No contrato assinado em fevereiro e intermediado pela Precisa, o Ministério da Saúde concordou em pagar US$ 15 por dose da Covaxin. As doses nunca foram entregues, nada foi pago e o contrato foi suspenso em junho após denúncias de irregularidades nessa contratação.

“Essa memória de reunião foi unilateral, confeccionada pelo Ministério da Saúde e que nós, parte da reunião, não tivemos oportunidade de ler, assinar ou validar o que estava escrito. Posso garantir que não houve nenhuma oferta de 10 dólares por dose e nós o tempo todo tentamos que esse produto fosse mais barato para o Brasil”, declarou Emanuela Medrades.

“A memória de reunião é mentirosa?”, questionou Renan Calheiros.

“Sim, senador, é mentirosa”, afirmou Emanuela. Em respostas posteriores, a diretora da Precisa evitou repetir a palavra, e passou a chamar a memória da reunião de “equivocada”.

A Covaxin foi o imunizante mais caro negociado pelo governo até agora. A Precisa é a representante do laboratório indiano Bharat Biotech no Brasil, mas até firmar esse acordo não tinha qualquer relação com a indústria de vacinas.

Segundo Medrades, não houve outra proposta além da enviada para o Ministério da Saúde para a venda por US$ 15.

“A política de precificação é da Bharat Biotech, a Precisa não atua na precificação. O que nós tentamos foi o tempo todo tentar reduzir esse custo. Tenho registros por e-mail, nós temos reunião”, afirmou.

A Covaxin foi o imunizante mais caro negociado pelo governo até agora. A Precisa é a representante do laboratório indiano Bharat Biotech no Brasil, mas até firmar esse acordo não tinha qualquer relação com a indústria de vacinas.

Segundo Medrades, não houve outra proposta além da enviada para o Ministério da Saúde para a venda por US$ 15.

“A política de precificação é da Bharat Biotech, a Precisa não atua na precificação. O que nós tentamos foi o tempo todo tentar reduzir esse custo. Tenho registros por e-mail, nós temos reunião”, afirmou.

Em novembro, segundo relato do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler pedindo esclarecimentos, a vacina foi oferecida para o governo pelo valor de US$ 10. Depois, sem qualquer justificativa nem questionamento por parte do Ministério da Saúde, foi fechado em fevereiro um acordo para compra por US$ 15.

“O valor da vacina é de 10 dólares por dose, que, em razão de eventual aquisição de montante elevado de doses, o valor poderia vir a ser reduzido, estaria aberto à negociação”, diz o documento do Ministério da Saúde lido na CPI.

Emanuela Medrades afirmou que esse valor pode ter sido citado como uma “expectativa”, mas não como uma oferta concreta.

“Existia sim uma expectativa de precificação ,de que o produto custasse menos do que 10 dólares. Não sei porque colocaram que custaria 10 dólares, porque não foi ofertada. O que existia no momento era uma expectativa, e eu consigo demonstrar através de todas as minhas comunicações”, afirmou.

A diretora da Precisa chegou a ler e-mails de sua autoria em que pedia a redução do preço ao laboratório Bharat Biotech. A explicação não convenceu Renan Calheiros, que rebateu.

“Os e-mails que acabam de ser lidos não desautorizam a memória. Ao contrário: ele colabora. O que desautoriza a evolução, a partir da memória da reunião, é o contrato sigiloso que esta CPI ainda não teve acesso de quanto a Bharat remunerou a Precisa, que é a dúvida que nós temos em toda essa negociação. É isso que vai explicar toda a variação do preço”, afirmou.

FONTE: Por Marcela Mattos e Sara Resende, G1 e TV Globo — Brasília

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