No dia 23 de julho, a bandeira brasileira entrará pelo Estádio Olímpico de Tóquio em mãos que conhecem bem o peso de uma medalha. Ketleyn Quadros, bronze nas Olimpíadas de Pequim com o judô, e Bruninho, campeão olímpico com o vôlei, serão o casal de porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura do evento no Japão.
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Os dois foram anunciados pelo Comitê Olímpico do Brasil neste sábado (horário de Tóquio). É a primeira vez que uma dupla terá a missão de carregar a bandeira brasileira em uma cerimônia de abertura das Olimpíadas. Ketleyn e Bruninho vão desfilar pelo estádio olímpico com roupas inspiradas nas cores do Brasil, leves e informais.
Os dois, porém, só vão devem se encontrar na próxima semana, na Vila Olímpica. A dupla de porta-bandeiras, por enquanto, está em bases do Comitê Olímpico do Brasil no Japão. Ketleyn está com a delegação do judô em Hamamatsu, enquanto Bruninho está em Ota com a seleção masculina de vôlei.
Ketleyn Quadros entrou para a história como a primeira mulher do país a conquistar uma medalha em provas individuais em uma edição dos Jogos, em 2008. Agora, será a terceira atleta a levar a bandeira em uma cerimônia de abertura, depois de Sandra Pires, em Sydney 2000, e Yane Marques, no Rio.
– Estou muito orgulhosa de representar não só o judô, que é o esporte da minha vida, mas também as mulheres brasileiras, guerreiras e lutadoras. Fico muito emocionada com o convite – disse a judoca, que vai buscar uma nova medalha olímpica na categoria até 63kg.
Bruninho, por outro lado, se acostumou a subir ao pódio olímpico. Além do ouro conquistado em casa, no Rio, em 2016, também soma duas pratas, em Pequim 2008 e Londres 2012. Em Tóquio, terá a honra de representar o país na festa de abertura dos Jogos.
– A escolha de fazer uma dupla com vôlei e judô foi muito feliz. São dois dos esportes mais importantes da história olímpica brasileira. Acho muito justo. É um orgulho, uma conquista pessoal. Mas é, também, um reconhecimento à modalidade. É a primeira vez que alguém do vôlei de quadra terá essa honra. É um esporte que, depois da Geração de Prata, está sempre trazendo medalhas. É um reconhecimento a quem veio antes, pessoas com quem aprendi, me inspirei e que poderiam ter tido essa honra antes de mim.
Ketleyn e Bruninho mantiveram segredo até mesmo de seus companheiros de esporte. Ao gravar a entrevista, a judoca, por exemplo, despistou o restante da delegação. O capitão da seleção de vôlei, por sua vez, só avisou a um grupo restrito. Entre eles, claro, o pai, Bernardinho.
– Eu falei para ele porque tem muito dele nisso. Não só pela medalha, por ele ser um medalhista olímpico, de uma geração que abriu portas para tanta gente. Mas, também, por ter sido o treinador de gerações maravilhosas e vitoriosas. Meu pai vai estar também ali, cumprindo esse papel.
Ketleyn ficou longe do mundo olímpico por dois ciclos. Bronze em Pequim, não conseguiu se classificar para Londres e Rio. De volta, agora, será a primeira judoca porta-bandeira desde Aurélio Miguel, que representou o esporte nos Jogos de Barcelona, em 1992. Em tempos de pandemia, uma vitória a mais na vida de quem se acostumou a superar barreiras.
– Eu lutei muito na minha vida. Para mim é muito importante para ser escolhida. Muito orgulho de representar meu esporte e de ser mais uma mulher a carregar a bandeira.
Por: Globoesporte.com