Segundo a FVS, a AstraZeneca possui mais faltosos. Até a segunda-feira (16), a vacina de Oxford tinha 87.682 pessoas que passaram dos 84 dias da segunda dose.
O Amazonas tem 148 mil pessoas que não tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19 no prazo. Os dados são da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
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Segundo a FVS, a AstraZeneca possui mais faltosos. Até a segunda-feira (16), a vacina de Oxford tinha 87.682 pessoas que passaram dos 84 dias da segunda dose. Outras 58.772 estão aptas a concluir o esquema vacinal com a CoronaVac, enquanto 1.873 seguem na lista da Pfizer.
Somente em Manaus, o número de pessoas que não voltaram para tomar o reforço do imunizante no prazo é de 35 mil. Os dados repassados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), na segunda, mostram que o aumento, se comparado há duas semanas, é de 72%.
É importante lembrar que a vacina contra a Covid-19 só garante a eficácia quando completado o esquema vacinal, ou seja, quando a pessoa recebe as duas doses do imunizante. A imunização completa também é a única forma de evitar que novas variantes, como a Delta e a Lambda, se espalhem rapidamente pelo país. Mesmo sem casos registrados das novas cepas no Amazonas, é importante manter os cuidados e garantir a imunização.
Para o infectologista Nelson Barbosa, a situação é crítica e pode ser o reflexo dos efeitos colaterais sentidos na primeira dose ou das fake news, que insistem em desacreditar a eficácia dos imunizantes.
“É um número extremamente preocupante. São 148 mil pessoas no estado e 35 mil na capital. Mas isso pode ser reflexo de algumas coisas, como, o fato de essas pessoas terem sentido os efeitos colaterais da primeira dose, e as fake news, que não param de surgir e incriminar e descaracterizar os efeitos benéficos das vacinas aplicadas”, relatou.
Mas, para Barbosa, isso não deve ser desculpa para que as pessoas deixem de reforçar a imunização. Além disso, a não procura pelo serviço favorece o surgimento de novas cepas, que podem fazer com que o fim da pandemia da Covid-19 esteja cada vez mais distante.
“A pandemia está avançando. Essa é a realidade. Estão surgindo cada vez mais cepas novas, como a Lambda, a Delta e agora a Lota, que apareceu recentemente nos Estados Unidos e é 60% mais letal que a cepa surgida em Wuhan, na China. Quanto mais pessoas deixam de se vacinar, maior o risco de pegar a doença e de surgir novas cepas. Por isso, é melhor termos febre, dor de cabeça, diarreia, ficarmos três, cinco dias em casa, acamado, com as reações, do que ficar 60, 90, 100 dias internados, intubados e correndo o risco, em 80% dos casos, de morrer”.
A fala vem de quem conhece de perto a realidade vivida no Amazonas durante os dois primeiros picos da doença, num cenário no qual a vacina era algo distante e irreal, e a solução que muitos sequer tiveram a oportunidade de receber.
Hoje, com mais de 2 milhões de doses aplicadas e quase 50% da população do Amazonas com pelo menos uma dose do imunizante, Nelson fala sobre a luta dos gestores da saúde pública em conseguir assegurar o reforço para o restante da população.
“Estamos vendo que os gestores de saúde estão dando o sangue para conseguir vacina. É inadmissível que as pessoas não tomem a segunda dose. Vacina tem”, reforçou.
FONTE: G1 AM