Por volta das 12h24, o Ibovespa subia 0,71%, aos 104.393,30 pontos. Já o dólar spot tinha alta de 0,48%, cotado a
R$ 5,598
O mercado opera nesta quarta-feira (24) de olho no texto da PEC dos Precatórios e na agenda de dados econômicos dos EUA, incluindo a ata da última reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos).
Por volta das 12h24, o Ibovespa subia 0,71%, aos 104.393,30 pontos. Já o dólar spot tinha alta de 0,48%, cotado a R$ 5,598.
PEC dos Precatórios
O relator da PEC dos Precatórios, senador Fernando Bezerra, protocolou nesta quarta-feira (24) o parecer final da proposta que abre espaço no Orçamento público de 2022. Mesmo com a leitura do relatório final na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a votação do texto deve ficar apenas para a próxima semana.
Na comparação com o texto aprovado na Câmara dos Deputados, o parecer final do senador Bezerra traz sete mudanças, já adiantadas na última terça-feira (23).
Entre as principais mudanças, o novo texto tenta proteger o pagamento das dívidas com educação, do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), para acenar aos governadores e professores, que têm forte influência entre os senadores.
O principal destaque é a tentativa de liberação do Auxílio Brasil permanente, sem necessidade de indicar fonte de receita. A leitura do mercado é que se trata de mais uma mudança nas regras fiscais, que se soma ao furo do teto, e fragiliza ainda mais as contas públicas.
Como essas mudanças já eram esperadas e pontos que estressaram o mercado foram tirados do texto, como o aumento dos servidores, a Bolsa de Valores terminou o pregão de terça-feira (23) em alta.
Cenário nacional
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou o Índice de Confiança do Consumidor, que ficou no pior patamar desde o mês de abril.
O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) da FGV registrou em novembro queda de 1,4 ponto, a 74,9 pontos, seu menor patamar desde abril deste ano (72,5).
O ISA (Índice de Situação Atual), que mede a percepção do consumidor sobre o momento presente, perdeu 2,1 pontos, para 66,9 pontos. Essa piora deveu-se principalmente à deterioração da situação econômica local e das finanças da famílias.
Já o IE (Índice de Expectativas), que acompanha o sentimento em relação aos próximos meses, caiu 1,0 ponto, a 81,4, pressionado pelo indicador que mede as perspectivas sobre a situação financeira familiar.
Nesta quarta, saem também os dados da dívida pública e de arrecadação de outubro. Já o Supremo Tribunal Federal vai analisar a constitucionalidade do novo marco do saneamento.
Dólar
O dólar saiu das mínimas do dia e voltava a ficar perto dos R$ 5,60nesta quarta-feira, com investidores reagindo a dados norte-americanos e atentos ao noticiário local em torno da PEC dos Precatórios.
A recuperação do dólar no mercado doméstico em relação aos menores patamares da sessão veio em linha com o fortalecimento internacional da moeda norte-americana, cujo índice frente a uma cesta de rivais fortes subia 0,32% por volta de 11h50, horário de Brasília.
O índice, que já vinha em alta, ganhou ainda mais força a partir das 10h30, quando o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu para seu menor patamar desde 1969 na semana passada, apontando firmeza sustentada na maior economia do mundo.
Há entre investidores percepção de que sinais de melhora no mercado de trabalho dos EUA – em meio ainda a inflação elevada no país – fortalecem argumentos a favor de aceleração no ritmo de redução do programa de compras mensais de títulos do banco central norte-americano, o Federal Reserve. O encerramento do estímulo bilionário, por sua vez, é visto como predecessor de aumentos de juros na maior economia do mundo.
Nesta quarta-feira, a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, disse que estaria aberta a acelerar o ritmo da desaceleração das compras de títulos se a inflação permanecer elevada e o emprego continuar forte.
Há “mudança marginal de tom se disseminando no Fed”, comentou no Twitter Arthur Lula Mota, integrante da equipe de estratégia e macro do BTG Pactual, sobre a fala de Daly, que veio em linha com comentários recentes de outras autoridades do banco central.
Dados norte-americanos
Os novos pedidos de bens de capital produzidos nos Estados Unidos aumentaram solidamente em outubro, sugerindo recuperação nos gastos das empresas com equipamentos no início do quarto trimestre.
Os pedidos de bens de capital não relacionados à defesa, excluindo aeronaves, um indicador observado de perto para os planos de gastos das empresas, aumentaram 0,6% no mês passado, disse o Departamento de Comércio nesta quarta-feira. O chamado núcleo dos pedidos de bens de capital haviam subido 1,3% em setembro.
Economistas consultados pela Reuters previam que os pedidos de bens de capital subiriam 0,5%. Parte do aumento no mês passado provavelmente refletiu preços mais altos em meio à escassez global de bens.
Os pedidos de bens duráveis, itens que vão de torradeiras a aeronaves que devem durar três anos ou mais, caíram 0,5% no mês passado, após perda de 0,4%, em setembro.
Eles foram deprimidos pela queda de 2,6% nos pedidos de equipamentos de transporte, depois da perda de 2,8%, há dois meses. As encomendas de veículos tiveram recuperação de 4,8%, após queda de 2,2%, em setembro.
Ao mesmo tempo, houve uma queda no número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego.
As solicitações iniciais de auxílio-desemprego recuaram em 71 mil, para 199 mil em dado ajustado sazonalmente, na semana encerrada em 20 de novembro, informou o Departamento do Trabalho hoje. Esse foi o menor patamar desde 1969.
FONTE: Por REUTERS