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Desaparecidos na Amazônia: perícia encontra sangue em lancha, e delegado pede prisão temporária de suspeito

Laudo deve apontar se sangue encontrado na embarcação usada por Amarildo da Costa de Oliveira é humano ou de animais. Ele é investigado por envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.

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FOTO: Reprodução

Vestígios de sangue foram encontrados nesta quinta-feira (9) na lancha usada por Amarildo da Costa de Oliveira, investigado por envolvimento no desaparecimento na Amazônia do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Ainda não se sabe se o sangue é humano ou de animais. A Polícia Civil pediu a prisão temporária por 30 dias do suspeito.

A prisão temporária em nome dele foi solicitada pela Polícia Civil após ouvirem testemunhas sobre o caso, nesta quinta. Conforme o TJAM, o processo segue em segredo de Justiça e a prisão temporária de Amarildo é válido por cinco dias.

Conhecido como “Pelado”, Amarildo, de 41 anos, está preso desde terça-feira (7), mas por outro motivo. Durante as investigações sobre o sumiço dos dois, as autoridades encontraram com ele uma porção de droga e munição de uso restrito das Forças Armadas.

Na ocasião, também foi apreendida a lancha usada por ele. No domingo (5), dia em que o indigenista e o jornalista desapareceram, ele foi visto por ribeirinhos passando no rio logo atrás da embarcação dos dois, no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

Os procuradores dos municípios de Atalaia do Norte e da cidade vizinha Benjamin Constant chegaram a assumir a defesa de “Pelado”, mas acabaram deixando o caso diante da repercussão negativa.

O prefeito de Atalaia, Denis Paiva (PSC), também precisou se explicar ao circularem fotos nas redes sociais que o mostram na casa de Amarildo no dia em que ele foi preso e também ao lado do procurador da cidade, Ronaldo Caldas da Silva Maricaua, que até então atuava como advogado de defesa do suspeito.

Em entrevista à Globonews, Paiva disse que foi até a casa dele para se inteirar da situação com a polícia e que não interferiu na prisão. Sobre a foto em que aparece conversando com o procurador, disse que tinha ido até a delegacia para obter informações com o delegado “com a preocupação de dar uma resposta para a população” e que encontrou o procurador por acaso.

O presidente Jair Bolsonaro, que está em viagem aos Estados Unidos, foi questionado nesta quinta sobre os desaparecimentos e voltou a dizer que o indigenista e o jornalista foram para “uma aventura”. “A gente lamenta pelo pior”, disse.

Perícia

De acordo com o delegado do município de Atalaia do Norte, Alex Perez Timóteo, a perícia na embarcação foi feita com o uso de um reagente chamado luminol, que apontou “vários vestígios de sangue”.

“Resta saber, comprovar, com o laudo, se se trata de sangue humano ou de animal. Ainda não temos essa confirmação, mas a perita informou que o laudo sairá em tempo hábil”, afirmou o delegado, sem dar, porém, uma previsão de quando isso deve acontecer.

A Polícia Federal informou que o material coletado durante a perícia foi encaminhado de helicóptero para Manaus para ser analisado. As famílias dos dois desaparecidos irão fornecer material genético para confrontar com o material.

Ainda segundo o delegado Alex Perez Timóteo, duas novas testemunhas foram ouvidas na quarta-feira (8). Uma delas contou que estava em viagem e presenciou o momento em que o indigenista e o jornalista passaram e, minutos depois, viu Amarildo e outra pessoa em outra embarcação.

“Seguindo viagem, em determinado momento, viu a embarcação de Amarildo, só que Amarildo estava sozinho. Seguiu viagem até que [a testemunha] perdeu contato com a embarcação de Bruno e Dom, assim como a de Amarildo”, contou o delegado.

Buscas

As buscas pelos dois começaram ainda no domingo por integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Sem obter sucesso, a organização indígena acionou na segunda-feira (6) as autoridades e divulgou nota à imprensa comunicando o desaparecimento dos dois.

Mapa mostra onde jornalista e indigenista desapareceram na Amazônia — Foto: Arte/g1

Desde então, diversos órgãos federais estão envolvidos na operação para tentar encontrá-los. Agentes da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) participam das buscas, além da Marinha e do Exército.

O governo do Amazonas também enviou bombeiros, policiais civis e militares para reforçar a procura.

FONTE: Por G1 AM

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