Uma testemunha ouvida pela Polícia Civil do Amazonas na quarta-feira (8) disse que viu Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, com uma segunda pessoa na lancha do suspeito, no dia em que a dupla desapareceu. As informações são do delegado de Atalaia do Norte, Alex Perez.
Amarildo é investigado por envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips e teve a prisão preventiva decreta na quinta-feira (9), com duração de 30 dias. Até o momento, foram ouvidas oito pessoas, sendo duas delas de quarta para quinta-feira, segundo Perez.
De acordo com o delgado, a testemunha viu o momento em que Dom e Bruno passaram em uma embarcação e, logo em seguida, Amarildo e essa segunda pessoa, na lancha.
Ainda conforme a mesma testemunha, Amarildo foi visto sozinho na mesma lancha algum tempo depois .
“De ontem [quarta] para hoje [quinta] ouvimos mais duas testemunhas. Uma delas, em viagem à sede do município, nas proximidades da comunidade Cachoeira, próximo ao lago do Ipuca, presenciou o momento em que Dom e Bruno passaram por ele em outra embarcação. E, minutos depois, cerca de dois e três minutos, viu também o Amarildo acompanhado de outra pessoa em outra embarcação passando por ele também. E seguindo viagem em direção a sede do município e em determinado momento viu a embarcação de Amarildo, só que dessa vez ele estava sozinho”, disse.
A perícia encontrou vestígios de sangue na embarcação usada por Amarildo (veja mais abaixo). As amostras foram transportadas para análise em Manaus.
O caso
Bruno e Phillips foram vistos pela última vez na comunidade ribeirinha São Rafael por volta das 6h de domingo (5). De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas de lancha, mas não chegaram ao destino.
Amarildo está preso desde terça-feira (7), mas por outro motivo. Durante as investigações sobre o sumiço dos dois, as autoridades encontraram com ele uma porção de droga e munição de uso restrito. Na ocasião, também foi apreendida a lancha usada por ele.
No domingo (5), dia em que o indigenista e o jornalista desapareceram, ele foi visto por ribeirinhos passando no rio logo atrás da embarcação dos dois, no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.
Perícia na embarcação
De acordo com o delegado do município, a perícia na embarcação foi feita com o uso de luminol, que apontou “vários vestígios de sangue”.
“Resta saber, comprovar, com o laudo, se se trata de sangue humano ou de animal. Ainda não temos essa confirmação, mas a perita informou que o laudo sairá em tempo hábil”, afirmou o delegado, sem dar, porém, uma previsão de quando isso deve acontecer.
A Polícia Federal informou que o material coletado durante a perícia foi encaminhado de helicóptero para Manaus para ser analisado.
Buscas
As buscas pelos dois começaram ainda no domingo por integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Sem obter sucesso, a organização indígena acionou na segunda-feira (6) as autoridades e divulgou nota à imprensa comunicando o desaparecimento dos dois.
Desde então, diversos órgãos federais estão envolvidos na operação para tentar encontrá-los. Agentes da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) participam das buscas, além da Marinha e do Exército.
O governo do Amazonas também enviou bombeiros, policiais civis e militares para reforçar a procura.
FONTE: Por G1 AM