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Bruno Pereira e Dom Phillips: corpos, que estão em Brasília, serão liberados para as famílias nesta quinta, diz PF 

Corporação informou que concluiu perícia. Indigenista e jornalista inglês foram encontrados mortos em 15 de junho, no Amazonas.

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Indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e jornalista inglês Dom Phillips desapareceram no domingo (5). — Foto: TV Globo/Reprodução

Os corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, que estão em Brasília, serão liberados paras famílias nesta quinta-feira (23), de acordo com a Polícia Federal. Os exames periciais já foram concluídos. 

Bruno e Dom desapareceram em 5 de junho, enquanto faziam uma viagem na terra indígena do Vale do Javari (AM). Os restos mortais deles foram encontrados em 15 de junho, após um dos suspeitos confessar envolvimento (veja mais abaixo). 

No dia seguinte, os corpos das vítimas foram levados à Brasília para serem periciados. Nesta quarta (22), a PF informou que “as amostras biológicas apontaram a presença de dois perfis genéticos distintos nos renascentes humanos encontrados pela perícia”. 

De acordo com a corporação, foi possível confirmar que o material analisado pertence às vítimas. Os investigadores informaram ainda que os corpos serão entregues às famílias às 14h, “com previsão de decolagem do aeroporto de Brasília”. 
Os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística continuarão nos próximos dias concentrados na análise de vestígios diversos do caso”, informou a PF. 

Causa da morte

Segundo a nota da PF, o exame médico-legal feito pelos peritos apontou que “a morte do Sr. Dom Phillips foi causada por traumatismo toracoabdominal por disparo de arma de fogo com munição típica de caça, com múltiplos balins, ocasionando lesões principalmente sediadas na região abdominal e torácica (1 tiro)”. 

Já a morte de Bruno Pereira, de acordo com a Polícia Federal, “foi causada por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, com múltiplos balins, que ocasionaram lesões sediadas no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”. 
Os corpos das vítimas teriam sido esquartejados e enterrados. A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região. Segunda maior terra indígena do país, o Vale do Javari é palco de conflitos típicos da Amazônia: desmatamento e avanço do garimpo. 

Desaparecimento

Antes de sumir, Pereira, que era servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), e Phillips foram vistos pela última vez na comunidade São Rafael em uma viagem com duração prevista de duas horas rumo a Atalaia do Norte, mas eles não chegaram ao destino. 

Logo após o desaparecimento, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) afirmou que Pereira recebia constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores. Em nota divulgada na ocasião, a entidade descreveu Pereira como “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por anos”. 

Segundo o jornal britânico “The Guardian”, do qual Phillips era colaborador, o repórter estava trabalhando em um livro sobre meio ambiente. Ele morava em Salvador e escrevia reportagens sobre o Brasil fazia mais de 15 anos. Também publicou em veículos como “Washington Post”, “The New York Times” e “Financial Times”. 

No dia 9 de junho, a Justiça decretou a prisão temporária de Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”. 

No último dia 15, Oliveira confessou o assassinato de Pereira e Phillips. No mesmo dia, a Justiça decretou a prisão temporária de Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Amarildo.

FONTE: Por G1 AM

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