As apresentações do 55° Festival Folclórico de Parintins encerraram na madrugada desta segunda-feira (27). O Boi Garantido abriu o espetáculo, ainda na noite de domingo (26). O Boi Caprichoso fez o encerramento.
O evento folclórico começou na sexta-feira (24).
As três noites de apresentação aconteceram no Centro Cultural de Parintins, o Bumbódromo, em Parintins, no Amazonas. “O balanço é extremamente positivo, a princípio, pela presença de um público significativo aqui na ilha. As pessoas estão movimentando a economia da cidade e, consequentemente, do estado”, disse o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz.
Garantido
Nos três dias do festival, o Garantido apresentou o tema “Amazônia do Povo Vermelho”, homenageando os que lutaram pela região ao longo dos anos.
Na sexta-feira (24), o Garantido celebrou a diversidade dos povos indígenas e, no sábado (25), a negritude. Na noite de domingo, o bumbá focou na preservação da Amazônia.
A violinista Elena Koyonova faz parte da banda do Garantido. Búlgara, ela conheceu o Festival de Parintins em 2001 e se apaixonou pelo boi vermelho e branco.
“Eu sou Garantido desde sempre e eu estou torcendo muito para a gente conseguir esse bicampeonato. O sentimento é como aqui vocês falam: sangue nos olhos. É hoje. As músicas do Garantido são sensacionais, sei lá, tem um poder mágico a música do Garanrido para mim”, disse.
A secretária Suelen Cunha participou da batucada do boi vermelho e branco pela segunda vez tocando a palminha, um instrumento de marcação.
“Eu sempre quis brincar no boi Garantido, mas eu ia em todos os ensaios e quando eu olhei a batucada, quando eu senti a emoção, eu quis entrar na batucada. E foi o ano de 2019 que eu consegui. É uma paixão. Desde quando eu me entendo por gente eu sempre torci pelo Garantido”, afirmou.
Caprichoso
O Boi Caprichoso encerrou o 55° Festival de Parintins. No retorno da festa, após dois anos de hiato provocado pela pandemia, o bumbá apresentou o subtema “Amazônia-Festeira: o clamor da cura”, último ato do espetáculo “Amazônia: nossa luta em poesia”.
Na apresentação, o Caprichoso mostrou suas raízes identitárias e homenageou o fundador do boi azul e branco, Roque Cid.
A marujeira Carol Levy, 38, que há 13 anos toca tambor na Marujada de Guerra do Caprichoso, destacou que o sentimento de participar do festival do recomeço foi mais forte do que em anos anteriores.
“Todo ano é emocionante, parece que é sempre a primeira vez. Depois de dois anos parados, a emoção está muito maior, a gente está bem animado e felizes da vida por estar aqui”, comemorou a ritmista.
Na arena do Bumbódromo, o bumbá celebrou a arte do caboclo parintinense. Como Figura Típica Regional (item 15), o Caprichoso trouxe o “Brincador de Boi”, uma homenagem aos caboclos que cresceram participando das festas do Caprichoso, como vaqueiros, marujeiros, artistas, tuxauas, bailarinos, brincantes ou torcedores.
No item 17, Lenda Amazônica, o Caprichoso apresentou “Pássaro Primal e o Nascer das aves”, mostrando a crença do povo Kayapó, do Parque do Xingú, de que a vida venceu a morte quando um gavião colossal algoz das aldeias foi martirizado ao lutar contra dois guerreiros gigantes.
No Ritual Indígena (item 4), o Caprichoso fez sua apoteose descrevendo “Yanomami Reahú – Festa da Vida-Morte-Vida”, com fundamentação nos contos do xamã e líder político da floresta, Davi Kopenawa. O momento de comunhão e luta pela terra-floresta foi marcado pela participação do líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa.
A apuração desta edição do festival ocorre a partir das 14h
FONTE: Por G1 AM