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No AM, indígenas não conseguem retornar para aldeias após viajarem para votar no 1º turno, denuncia associação

Segundo a entidade, cerca de 400 Yanomami estão alocados de maneira precária no município, sem acesso à alimentação e segurança.

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Mais de 400 indígenas do povo Yanomami, que se deslocaram à sede de Barcelos (a 400 quilômetros de Manaus) para votar no 1º turno das eleições gerais deste ano, estão sem combustível para retornar para suas aldeias, desde então. Na terça-feira (18), a Associação Serviço e Cooperação com Povo Yanomami (Secoya) denunciou o caso ao Ministério Público Federal (MPF). 

A entidade informou ao g1 que os indígenas, entre mulheres e crianças, utilizaram combustível por conta própria para irem à cidade participar da votação. Entretanto, eles esperavam receber o apoio de órgãos públicos, especialmente da prefeitura de Barcelos, para retornarem à região onde moram, o que ainda não aconteceu. 

g1 solicitou posicionamento da prefeitura de Barcelos, da Funai, do MPF, e aguarda retorno. 

“Até o atual momento, cerca de 400 Yanomami estão alocados de maneira precária no município, sem acesso à alimentação, segurança e assistência de qualquer esfera por parte das autoridades municipais e estaduais, além de não terem recebido até o momento qualquer resposta quanto à previsão para a chegada das providências necessárias para o retorno”, diz ofício da Secoya enviado ao MPF. 

Ainda de acordo com a entidade, as aldeias do grupo de indígenas estão localizadas na região dos rios Demeni, Padauiri e Aracá. O tempo de viagem para a comunidade mais próxima dura mais de dois dias.

Contudo, há indígenas que precisaram enfrentar mais de cinco dias de viagem para voltarem para casade rabeta (embarcação de pequeno porte conduzida por um motor de baixa potencia). 

Os indígenas passaram pela mesma situação no pleito municipal de 2020. Neste ano, lideranças do povo Yanomomi solicitaram que seções eleitorais voltassem a funcionar nas aldeias. Entretanto, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) não atendeu o pedido, o que forçou os indígenas a irem para Barcelos participarem das eleições. 

g1 também questionou a decisão do TRE-AM, e aguarda retorno. 

Situação já havia se repetido em abril

A mesma situação já havia se repetido em abril, quando mais de 700 indígenas foram a Barcelos em busca de atendimento no PREVBarco – um posto flutuante do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e tiveram de esperar por semanas para retornarem para casa. 

Na época, eles já haviam reclamado das más condições das moradias provisórias fornecidas pela Funai. 

FONTE: Por G1 AM

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