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Cão de suporte encanta pacientes e funcionários de hospital de Porto Alegre: ‘experiência incrível’

Ella, da raça shar pei, ganhou até jaleco e crachá do Hospital São Lucas da PUC-RS. Acompanhando a tutora durante a internação da mãe, cachorrinha encanta por onde passa e já é celebridade no hospital

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O convívio com animais de estimação já traz inúmeros benefícios para as pessoas. Em uma internação hospitalar, por exemplo, pode trazer ainda mais, já que o paciente precisa permanecer em um ambiente que não está acostumado e a presença do animal pode trazer conforto.

Ella, da raça shar pei, cumpre muito bem o papel no Hospital São Lucas (HSL) da PUC-RS. A cachorrinha da jornalista Cris Berger, que acompanhava a mãe Juracy Pereira Pimentel Martins durante a internação, é praticamente uma celebridade no hospital.

“Ela não faz só bem para a paciente e pro familiar, ela faz bem para a equipe inteira. Tu não tem noção do que aconteceu na instituição com a presença da Ella. Ela alivia a ansiedade de todos, vai passando e deixando aquele rastro de doçura. A Cris nos proporcionou isso e nós proporcionamos à Cris o que ela precisa nesse momento, e também proporcionando a nós um momento e uma experiência incrível”, conta a diretora assistencial do HSL, Simone Sleimon Costa Ventura.

A shar pei de 8 anos é o cão de suporte emocional de Cris, e por isso, vai a todos os lugares com a tutora. No hospital, onde a jornalista precisou permanecer durante a internação da mãe, que tratava uma metástase no cérebro em decorrência de um câncer no pulmão, não é diferente.

“Eu entrei na internação com a Ella pra visitar, fui recebida de uma maneira maravilhosa. Havia mandado os documentos que a lei pede, laudo do adestrador, da psicóloga mostrando que é meu cão de suporte emocional e laudo da veterinária. A Ella começou a conquistar o hospital, enfermeiros, médicos, funcionários. Eu estou no corredor, são mil pessoas que vêm, querem ver. A gente descobriu que a Ella fez um bem ao hospital”, diz Cris.

Juracy faleceu na manhã desta terça-feira (29), acompanhada de Cris e da cachorrinha que tinha como neta.

Ella de crachá de enfermeira do hospital São Lucas, de Porto Alegre  — Foto: Cris Berger
Ella de crachá de enfermeira do hospital São Lucas, de Porto Alegre — Foto: Cris Berger

Desde 2019 os pacientes internados no Hospital São Lucas da PUCRS recebem a visita de seus animais de estimação para ajudar no tratamento através do projeto Pata Amiga, criado pelos colaboradores da instituição.

No caso da Ella, é diferente. Por se tratar de um cão de suporte emocional, ela fica ao lado da tutora durante todo o tempo em que ela visita a mãe. É a primeira vez que um pet permanece no hospital durante todo o período de internação do paciente.

“É uma coisa fabulosa o que ela faz. Eu só estou aqui porque ela está aqui. Ela me possibilita ter uma calma, uma tranquilidade pra estar aqui muitas horas. Minha mãe tem 86 anos, teve uma vida longa e feliz. Mas é sempre um momento muito difícil, de dor, de ver a pessoa sofrendo, já não pode falar, já não pode comer, é muito duro, e a Ella é o equilíbrio e consegue dar uma leveza muito grande. O poder que o cachorro tem em conquistar, acalmar”, diz a tutora.

Simone explica que normalmente, o projeto Pata Amiga, prevê a visita dos pets durante 30 minutos ou 1h do dia.

“A gente organizou um protocolo com todos os cuidados, estabelecendo a entrada do animal, pra aliviar a depressão, ansiedade, solidão, incentivar a diversão do paciente e promover a saúde dele. Tem que ter o consentimento do médico, todo um protocolo de recomendação, a vacinação tem que estar em dia, ele tem que vir conduzido por alguém da família, ele tem que ter tomado banho, ou seja, a gente cumpre todas as normas”, diz.

“A Ella foi algo inusitado e diferente no São Lucas, ela fez uma mudança. Vou te dizer que nós estamos mudando o protocolo para que sempre que tivermos esse tipo de pedido, a gente olhe pras pessoas, porque a nossa intenção é essa, o cuidado é esse”, complementa.

‘Funcionária do mês’

O encanto dos pacientes com a Ella foi tanto que ela ganhou uniforme oficial de ‘funcionária’. Costurado pela colaboradora Virginia, da Rouparia do HSL, a shar pei vestiu jaleco e ganhou crachá.

“[A ideia] foi da equipe, foram lá, tiraram as medidas, fizeram o jaleco e o crachá. É o crachá igualzinho do colaborador, que diz Ella. Porque o nosso crachá tem o nome, a fotinho, e diz o que ela é, ‘enfermeira Ella’, conta Simone.

Simone Ventura, diretora assistencial do HSL com Ella — Foto: Cris Berger
Lei de 2020 no RS

A Lei número 15555, de 12 de novembro de 2020, aprovada pelo então governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, permite que “toda pessoa acompanhada de Cão de Terapia ou de Assistência, em trabalho ou em treinamento, poderá ingressar e permanecer em qualquer local público, meio de transporte, ou em qualquer estabelecimento comercial, industrial, de serviço, ou de promoção, proteção e recuperação da saúde […]”.

A determinação destaca que o cão deve estar “usando colete de identificação, informando se ele é de terapia, de assistência ou se está em treinamento”.

Ella com a roupa de identificação de cão de suporte — Foto: Cris Berger
Ella com a roupa de identificação de cão de suporte — Foto: Cris Berger

FONTE: Por G1

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