O processo de investigação da Americanas deve levar menos de seis meses para ser concluído, segundo fontes com conhecimento do processo. O comitê deve trabalhar para que a investigação não se estenda por prazos muito longos, diante da gravidade do caso.
As fontes dizem ainda que já é dado como certo que o rombo bilionário não se trata de um erro, mas sim de uma fraude contábil.
É possível dizer que se trata de fraude porque os valores omitidos não apareciam como dívidas, apenas entravam no balanço na chamada conta fornecedor. O problema é que um débito com um fornecedor não tem cobrança de juros, enquanto em uma dívida com banco tem. Portanto, os juros eram omitidos e os valores apareciam de forma mais positiva no balanço.
Assim, a empresa não mostrava uma alavancagem tão alta quanto de fato tinha, o que por si só já seria grave.
Porém, o caso foi ainda mais grave. Quando uma empresa paga juros de dívidas, esse dinheiro sai do caixa e afeta o resultado, o que se reflete na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Porém, em vez de incluir os juros de forma a afetar resultado, os juros eram incluídos contra a conta-fornecedor.
Em outras palavras, o valor que deveria entrar como negativo, entrava como positivo no balanço. Uma hipótese que se coloca sobre a motivação por trás da fraude é que pelo fato de a empresa ter bônus atrelados a resultados, dentro da “cultura de dono”, quanto menos dívidas aparecessem e melhor o DRE, maior a remuneração recebida.
O que a investigação vai apurar é o quanto foi omitido de maneira hábil e o quanto não foi para que sejam levantados os culpados. Quanto mais hábeis tiverem sido os articuladores do esquema, menos envolvidos o caso deve ter.
A investigação deve mostrar a extensão do envolvimento, que pode estar restrita a pessoas de dentro da empresa ou envolver membros do conselho de administração e até terceiros, como os credores, auditorias.
FONTE:Por CNN