A volta do menino de 2 anos desaparecido em Santa Catarina e encontrado dentro de um carro na cidade de São Paulo segue indefinida, informou o secretário de Estado da Segurança Pública, Paulo Cezar Ramos de Oliveira, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (9).
O retorno ao estado catarinense depende do Poder Judiciário de São Paulo, onde a criança está em um abrigo.
“Essa criança está submetida à jurisdição do Poder Judiciário de São Paulo, que vai determinar as medidas. A mais aguardada é que ela retorne o mais rápido possível. Estamos acompanhando passo a passo”, informou Oliveira.
Em nota, o Ministério Público de Santa Catarina informou, após a coletiva, que ingressou com uma ação para que a criança seja transferida para, São José, na Grande Florianópolis, onde reside.
Um homem e uma mulher estavam com o menino dentro do carro. Eles foram presos em flagrante por tráfico de pessoas, informou o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel.
As autoridades de Santa Catarina disseram que os dois presos foram o que vieram a São José para buscar a criança. Com a repercussão do desaparecimento do menino, eles decidiram entrar em contato com o fórum paulista, e foram instruídos a apresentar a criança. No caminho, houve a abordagem da Polícia Militar, que resultou na prisão deles.
A Polícia Civil disse que o homem preso aliciou a mãe do menino, de 22 anos, para uma adoção ilegal. Marcelo Valverde é apontado como intermediador da entrega da criança a Roberta Porfírio, mulher que também foi detida e que ficaria com o garoto.
Conforme a delegada Sandra Mara, da Polícia Civil de Santa Catarina, a mãe “tem uma fragilidade emocional e psicológica muito grande”.
“Ela foi convencida [a entregar a criança] por conta da fragilidade. Ela é muito jovem, ficou grávida com 19, 20 anos. Não tem um emprego. Ela tem alguns cursos, mas essa fragilidade emocional e psicológica dela dificulta a inserção no mercado de trabalho”, informou durante a coletiva.
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O Código Penal descreve como crime o ato de registrar o filho de outra pessoa como próprio.
Conforme a delegada Sandra Mara, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCami) de São José, a mãe do menino e o homem preso teriam se conhecido quando ela entrou em grupos sobre gravidez nas redes sociais, depois que descobriu a gestação.
Em um primeiro momento, a mãe negou entregar a criança, mas dois anos depois decidiu fazer a entrega de forma espontânea. Ainda, segundo a polícia, a mulher é bastante jovem, já foi vítima de violência e tem saúde mental frágil.
A mãe dele foi internada em 2 de maio, sem estar com o filho junto. A mulher recebeu alta na segunda. O g1 não obteve informações sobre o motivo da internação. A polícia também não deu esclarecimentos sobre o pai do menino, que é registrado apenas com o nome da mãe.
Cronologia do desaparecimento
- 30 de abril: menino foi visto pela última vez com a mãe pela avó materna, na Grande Florianópolis;
- 1ª de maio: avó do menino perguntou à filha sobre o menino. Mulher disse que a criança estava na casa de uma amiga;
- 2 de maio: mãe do menino foi hospitalizada desacordada;
- 3 de maio: avó entrou em contato com amiga da mãe do menino, que informou que não estava com ele. Ela teria indicado que a criança poderia estar com o suposto pai da criança; Na família do suposto genitor ele não foi encontrado pela avó;
- 4 de maio: avó procurou a Polícia Civil.
FONTE: Por G1