O estado de Pernambuco registrou dois novos casos do fungo Candida auris, com a notificação, número de infecções sobe para nove em 2023. As informações foram confirmadas à CNN pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
Em nota, a secretaria afirmou que os dois pacientes são homens, de 50 e 54 anos, que permanecem internados no Hospital do Tricentenário, em Olinda, sendo acompanhados no setor de enfermaria da unidade.
Os pacientes foram admitidos no hospital por outras questões de saúde, que envolvem sequelas de acidente vascular cerebral (AVC) e infecção do trato urinário, e não apresentam repercussões clínicas decorrentes da infecção pelo fungo.
Os diagnósticos foram realizados a partir da realização de exames de vigilância para casos relacionados a pessoas que tiveram o diagnóstico confirmado anteriormente. Até o momento, dos nove casos confirmados para Cândida auris este ano, cinco deles são de pacientes do Hospital do Tricentenário, segundo a secretaria.
Na sexta-feira (2), a secretaria deu início, junto à direção do Hospital Miguel Arraes (HMA), ao processo de desbloqueio dos leitos da unidade. O desbloqueio será feito de forma gradativa. Neste primeiro momento, 56 leitos foram liberados, sendo 28 de cirurgia geral e outros 28 de ortopedia. Esses leitos poderão receber pacientes encaminhados pela Central Estadual de Regulação de Leitos. No momento, o setor de emergência permanece sem receber novos pacientes.
Preocupação global
Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública devido à capacidade do microrganismo de resistir aos principais medicamentos antifúngicos.
As infecções por C. auris têm surgido em todo o mundo, muitas vezes com alta morbidade e mortalidade associadas. Estudos apontam que até 90% dos isolados de C. auris são resistentes a fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas.
O fungo é um agente causador de doença oportunista, relatado pela primeira vez no Japão em 2009, em um caso de otomicose. Desde então, foi relatado em todos os continentes, com exceção da Antártica.
O primeiro caso de C. auris no Brasil foi identificado em novembro de 2020, em um paciente de 59 anos, internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) em Salvador, na Bahia. O fungo foi detectado após análise técnica pelo Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz (Lacen/BA) e pelo Laboratório do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Desde março de 2017, o Brasil possui um documento com orientações de como os serviços de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros) devem proceder para prevenir e controlar a disseminação fungo.
FONTE: Por CNN