Fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e policiais da Força Nacional foram atacados e tiveram os carros queimados durante uma fiscalização contra o desmatamento na Floresta Nacional de Aripuanã, próximo distrito de Santo Antônio do Matupi, no Sul do Amazonas. O ataque aconteceu na tarde de quinta-feira (28) e não registrou feridos.
Em nota, o ICMBio afirmou que a fiscalização teve o objetivo de verificar desmatamento apontado pelo sistema DETER – um alerta de fiscalização e controle de degradação florestal – de 762 hectares dentro da Floresta Nacional.
No local, foram encontrados 550m³ de madeira ilegal em tora, além de armas, equipamentos e veículos usados no desmatamento ilegal. Todos os equipamentos foram apreendidos ou destruídos. Além disso, quatro infratores foram identificados e multados em R$ 7,6 milhões.
Segundo informações de testemunhas à Rede Amazônica, em represália à fiscalização, os fiscais do ICMBio sofreram uma emboscada. Homens derrubaram árvores, cercaram as viaturas dos fiscais e atearam fogo.
Em áudios, a que a Rede Amazônica teve acesso, homens incentivam o ataque. “Agora é hora. Vamos cercar eles na rua. Aceleraram para rumo daí. Bora queimar, bora queimar!”, diz um deles.
Os homens interditaram, ainda, a BR-230, conhecida como Rodovia Transamazônica. Os fiscais foram resgatados pela Polícia Militar do Amazonas (PMAM).
“As ações na região serão intensificadas, e os responsáveis pelo ataque, identificados e punidos de acordo com a lei”, afirmou o ICMBio.
Região de conflitos
Santo Antônio do Matupi, distrito de Manicoré, é conhecido como uma região de conflitos motivados por disputas territoriais e desmatamento.
Em 2011, um produtor rural do distrito foi executado após articular uma reunião para tentar solucionar os problemas fundiários da área. Na época, Santo Antônio do Matupi estava sendo alvo de uma grande operação de forças de segurança federal.
Dois anos depois, em 2013, três homens foram mortos na região. Seis indígenas, suspeitos do crime foram denunciados por homicídio qualificado. Segundo o Ministério Público do Amazonas (MPAM), as vítimas foram mortas como vingança pela morte de um cacique.
FONTE: Por G1 AM