A Justiça do Amazonas ordenou que duas empresas de energia elétrica regularizem o fornecimento do serviço em São Gabriel da Cachoeira, no extremo Oeste do Amazonas. Desde o início da semana, a cidade enfrenta um sistema de racionamento.
Na quinta-feira (18), o g1 conversou co’m um empresário que tem um comércio no município. Ele confirmou o racionamento e disse que está sendo impactado pelo problema. A cidade também enfrenta encarecimento de alimentos e desabastecimento por conta da seca que atinge a região.
A Defensoria Pública do Amazonas entrou com uma ação na justiça e conseguiu a condenação das empresas responsáveis pela geração e fornecimento de energia na cidade. As duas estão obrigadas a manter a regularidade do serviço, sob multa diária de R$ 500 mil, por descumprimento, conforme decidiu o juiz Manoel Atila Nunes.
“O racionamento de energia gera prejuízos à população, devido à dificuldade de armazenamento de alimentos e insumos da saúde, além de reduzir a oferta de serviços essenciais. Se a medida for prolongada, há a possibilidade de apagão elétrico”, disse a defensora pública Isabela Sales, responsável pela ação.
A geração de energia elétrica, em São Gabriel da Cachoeira, é realizada por usinas termelétricas, sistema que depende do envio de insumos que são transportados por via fluvial. Na época de vazante, esse deslocamento ocorre em 18 dias.
Além disso, houve a demora de posicionamento da “balsa pulmão”, utilizada neste período por sua maior capacidade de armazenamento e a possibilidade de retroalimentar embarcações menores. Em consequência, a estrutura não conseguiu chegar ao local adequado a tempo.
Segundo a Defensoria, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Amazonas Energia notificaram uma das empresas para que realizasse a estocagem de diesel, devido à estiagem severa, porém o pedido não foi atendido, assim como não foi estabelecido um plano de contingência pelas empresas.
Somente na sexta-feira (13) foi constatado que não havia estoque suficiente para a usina fornecer energia regularmente, quando o fornecimento foi interrompido sem aviso prévio.
Um Comitê Interinstitucional de Crise foi criado com a participação da Defensoria, Prefeitura Municipal de São Gabriel da Cachoeira, Exército Brasileiro, Amazonas Energia e outras instituições, para definir soluções logísticas de fornecimento.
FONTE: Por G1 AM