No primeiro semestre deste ano, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil. O número representa um aumento de 2,6% em relação ao mesmo período de 2022.
Desde 2019, quando o crime de feminicídio foi incluído no Código Penal, a quantidade de vítimas cresceu 14,4%.
O levantamento é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que analisou boletins de ocorrência de Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal.
O Sudeste foi a única região com aumento nos casos em comparação ao primeiro semestre de 2022. Foram 273 vítimas, com um crescimento de 16,2%.
O estado de São Paulo teve 111 casos no período, o maior número entre as unidades federativas, que representa um crescimento de 33,7%.
Já o Distrito Federal contou com o maior índice de aumento dos dados de feminicídio. Foram 21 vítimas no primeiro semestre de 2023 e 6 no mesmo período em 2022, o que mostra um crescimento de 250%.
Apesar do aumento dos casos no Brasil, 12 estados tiveram redução dos feminicídios: Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe, Tocantins e Rio de Janeiro.
Veja os dados por região:
- Centro-Oeste: 81 casos (queda de 3,6%);
- Norte: 69 casos (queda de 2,8%);
- Nordeste: 187 casos (queda de 5,6%);
- Sul: 112 casos (queda de 3,4%);
- Sudeste: 273 casos (crescimento de 16,2%).
Veja os dados por estado:
- Acre (AC): 4 casos (queda de 42,9%);
- Alagoas (AL): 13 casos (queda de 7,1%);
- Amapá (AP): 5 casos (crescimento de 66,7%);
- Amazonas (AM): 15 casos (crescimento de 87,5%);
- Bahia (BA): 46 casos (queda de 2,1%);
- Ceará (CE): 23 casos (crescimento de 64,3%);
- Distrito Federal (DF): 21 casos (crescimento de 250%);
- Espírito Santo (ES): 18 casos (crescimento de 20%);
- Goiás (GO): 32 casos (crescimento de 3,2%);
- Maranhão (MA): 22 casos (queda de 35,3%);
- Mato Grosso (MT): 18 casos (queda de 14,3%);
- Mato Grosso do Sul (MS): 10 casos (queda de 61,5%);
- Minas Gerais (MG): 91 casos (crescimento de 11%);
- Pará (PA): 30 casos (crescimento de 7%);
- Paraíba (PB): 17 casos (sem variação);
- Paraná (PR): 39 casos (crescimento de 30%);
- Pernambuco (PE): 30 casos (queda de 25%);
- Piauí (PI): 16 casos (crescimento de 23,1%);
- Rio de Janeiro (RJ): 53 casos (queda de 3,6%);
- Rio Grande do Norte (RN): 13 casos (crescimento de 44,4%);
- Rio Grande do Sul (RS): 43 casos (queda de 24,6%);
- Rondônia (RO): 7 casos (queda de 46,2%);
- Roraima (RR): 3 casos (crescimento de 50%);
- Santa Catarina (SC): 30 casos (crescimento de 3,4%);
- São Paulo (SP): 111 casos (crescimento de 33,7%);
- Sergipe (SE): 7 casos (queda de 30%);
- Tocantins (TO): 5 casos (queda de 50%).
Homicídios femininos sem classificação de feminicídio
O levantamento também reuniu índices de homicídios dolosos praticados contra mulheres. Para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é necessário comparar os dados porque a instituição do feminicídio como um crime é nova e podem ocorrer desafios na sua tipificação.
“Tanto no trabalho de investigação das Polícias Civis, quanto no Judiciário, é comum que os profissionais tenham dificuldade de incorporar a perspectiva de gênero, com tendência a classificar como homicídio comum casos que deveriam ser feminicídios, ou seja, aqueles casos em que as mulheres morreram em razão de sua condição de gênero”, escreveu o Fórum.
No primeiro semestre de 2023, foram registrados 1.902 homicídios femininos, um aumento de 2,6% em relação ao mesmo período no ano passado. São Paulo teve 230 casos e foi o estado com mais registros.
Já o maior aumento ocorreu no Amapá, que dobrou a quantidade de vítimas, de quatro para oito homicídios femininos.
Segundo o levantamento, a média de assassinatos de mulheres ao longo do primeiro semestre que foram tipificados como feminicídio é de 38%, o mesmo percentual de 2022.
Estupros contra mulheres
O Fórum também reuniu dados de estupro e estupro de vulnerável de meninas e mulheres no primeiro semestre deste ano. Foram 34 mil casos no Brasil, um aumento de 14,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
FONTE: Por CNN