Uma jornalista mantida refém durante a invasão de criminosos ao canal TC Televisión de Guayaquil, na terça-feira (9), relatou que os profissionais foram ameaçados constantemente com “armas na cabeça e dinamites nas mochilas”.
“Ninguém está preparado para viver numa situação de extrema violência onde a sua vida esteja em perigo”, afirmou a jornalista.
A mulher – que conversou com a CNN na condição de não ser identificada – conta que vivenciou momentos de terror durante a invasão de homens armados na emissora.
A profissional relata que, durante a invasão, ela e colegas de trabalho foram ameaçados com armas na cabeça. “Aqueles que passaram por essa experiência deverão receber atendimento psicológico”, afirmou a fonte.
Segundo a jornalista, os criminosos que invadiram os estúdios da TC Televisión exigiam que os apresentadores transmitissem uma mensagem, porém, os policiais agiram em tempo de impedir a reprodução do texto.
“Eles queriam que transmitíssemos uma mensagem. Não conseguimos descobrir o conteúdo, pois a polícia agiu com rapidez e eficiência”, explicou.
A jornalista também disse que os trabalhadores estão dispostos a retornar à TV e relatar a situação que o país está vivendo. Ela enfatizou, no entanto, que nada no prédio será como antes. A rotina do trabalho só deve voltar ao normal quando um plano de segurança for estabelecido.
Conforme apurou a CNN, o Ministério Público equatoriano determinou o fechamento das instalações da televisão invadida por 48 horas para a coleta de provas pela polícia. A profissional da TV destacou que os trabalhadores tiveram que deixar o local sem levar seus pertences pessoais.
Crise no Equador
A onda de violência no Equador teve início depois de um dos líderes do grupo criminoso Los Choneros ter fugido de uma prisão em Guayaquil.
Na tarde de terça-feira, um grupo de homens encapuzados e armados invadiu as instalações do canal TC Televisión, de Guayaquil. A invasão foi capturada pela transmissão ao vivo, que mostrou funcionários sendo obrigados a se deitarem no chão. Foi possível ouvir tiros e gritos.
Segundo o governo do Equador, mais de 130 agentes penitenciários e outros funcionários são mantidos como reféns por detentos, nesta quarta-feira (10), em pelo menos cinco prisões do país.
Na noite de terça, o presidente Daniel Noboa decretou a existência de um “conflito armado interno” no país.
No texto do decreto, o governo qualifica como “terroristas e atores não estatais beligerantes” 22 organizações. Na lista estão Águias, ÁguilasKiller, AK47, Cavaleiros Escuros, ChoneKiller, Choneros, Covicheros, Quartel das Feias, Cubanos, Fatales, Gánster, Kater Piler, Lagartos, Latin Kings, Lobos, Los p.27, Los Tubarões, Mafia 18, Mafia Trébol, Patrones, R7 e Tiguerones.
FONTE: Por CNN