Pela primeira vez no Brasil, um hospital público fez uma cirurgia de coluna com a ajuda de um robô. O procedimento ocorreu no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (HCFMRP-USP), na última sexta-feira (7).
A cirurgia, considerada um sucesso, foi realizada em um paciente de 66 anos com doença degenerativa lombar.
Segundo a equipe responsável pela operação, o robô Mazor traz benefícios principalmente ao paciente, mas também aos médicos. Veja alguns deles:
- maior precisão no posicionamento de implantes na coluna, reduzindo riscos e tornando a cirurgia menos agressiva;
- menor perda de sangue;
- tempo da cirurgia reduzido até pela metade;
- menos dor no pós-operatório;
- tempo de recuperação mais rápido para o paciente;
- exposição da equipe à radiação durante o procedimento é significativamente reduzida.
Como funciona?
O pré-operatório do paciente envolveu exames de imagem que permitiram programar com exatidão o posicionamento dos implantes que seriam colocados na coluna.
Já os médicos foram submetidos a um processo de capacitação para aprender a utilizar a tecnologia.
Durante o procedimento, o cirurgião foi guiado pelo robô para executar a colocação dos implantes com mais precisão. Para isso, um sistema de navegação disponibilizou ao médico uma visualização em tempo real.
O ortopedista Helton Defino destaca que a inovação proporciona, além do avanço no tratamento da população, uma série de conhecimentos científicos.
“É um grande salto não só tecnológico, mas também do atendimento à população. Paralelo a isso, muita pesquisa e muito ensino, porque aqui [no HC] é um centro de difusão de conhecimento.”
A expectativa do HC é de realizar duas cirurgias desse tipo por semana, sendo que a próxima está marcada para esta quinta-feira (13).
Esperança
Adão Pereira é o paciente beneficiado pela cirurgia e já recebeu ata médica. Ele lembra das fortes dores na coluna que sentia antes da cirurgia.
“Ia caminhar dois quarteirões, já subia a dor na coxa e alojava bem no meio, daí eu tinha que sentar. Sentava, a dor sumia, daí eu levantava de novo, continuava, mesma coisa. Se a mulher me mandasse eu cortar um bife, tinha que sentar, queima que nem fogo.”
Esperançoso para o fim das dores após o procedimento, ele ressalta a importância da tecnologia na saúde, mas não deixa de enfatizar os médicos que participaram da operação.
“Nossa, hoje em dia, está tudo modernizado. Andei perguntando para pessoas, dizem que o homem tem 96% [de chance de dar certo] e o robô, 94%. O homem foi mais importante, lógico que a colaboração do robô é o que está acontecendo no mundo inteiro, a modernização, mas o homem sempre ganha.”
FONTE: Por G1