Programa oferece bolsas para indígenas estudarem parte do doutorado na França

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Embaixada da França no Brasil firmaram, nesta segunda-feira (27), um acordo de cooperação para o lançamento do novo edital do Programa Guatá – Mobilidade de Discentes Indígenas, que oferecerá bolsas de doutorado sanduíche a estudantes indígenas brasileiros em universidades francesas.

O edital prevê até 20 bolsas com duração de até nove meses, incluindo mensalidade, auxílio de instalação, deslocamento, adicional de localidade e seguro saúde.

A assinatura ocorreu no Auditório Bosque da Ciência, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, com a presença da presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho, e do embaixador da França, Emmanuel Lenain.

O Programa Guatá, criado em 2023 em parceria com a Campus France Brasil, visa promover intercâmbios acadêmicos, científicos e culturais entre Brasil e França, com foco na mobilidade internacional de doutorandos indígenas. Desde o início, estudantes e pesquisadores indígenas brasileiros já foram acolhidos por universidades como Paris 8 e Paris Nanterre

O termo “Guatá”, de origem tupi-guarani, significa “caminhar” e simboliza o movimento de troca, aprendizado e construção conjunta de saberes entre os dois países.

Com o novo acordo, o programa passa a integrar as ações afirmativas da CAPES voltadas à inclusão e valorização dos povos originários no ensino superior.

O investimento conjunto poderá ultrapassar R$ 1,7 milhão, com possibilidade de ampliação em futuras edições. As bolsas são destinadas a doutorandos indígenas vinculados a instituições brasileiras parceiras, que deverão garantir apoio financeiro complementar de R$ 7 mil mensais.

Para a presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho, o Guatá “é mais do que um programa de mobilidade: é um gesto de reconhecimento e valorização da pluralidade dos saberes e da contribuição dos povos indígenas à produção científica brasileira”.

O embaixador Emmanuel Lenain destacou que “a cooperação franco-brasileira se fortalece quando valoriza a diversidade e cria oportunidades para que diferentes vozes e culturas participem da construção do conhecimento. Ganham os alunos bolsistas e as comunidades acadêmicas da França que os acolhem”.

O edital completo com informações sobre inscrições estará disponível nos sites da CAPES e da Embaixada da França no Brasil em dezembro.

Caravana Fluvial Iaraçu é lançada em Manaus rumo à COP30

Ainda na tarde desta segunda, o Instituto Francês de Pesquisa Científica Internacional (IRD) e parceiros lançaram, em Manaus, a Caravana Fluvial Iaraçu – Rumo à COP30, iniciativa científica e intercultural que navegará pelo rio Amazonas de 28 de outubro até o encerramento da COP30, em Belém.

O projeto, idealizado pelo IRD em parceria com instituições brasileiras e francesas, busca fortalecer laços entre ciência, sociedade e políticas públicas sobre questões climáticas.

A cerimônia de lançamento ocorreu no Mirante Lúcia Almeida, no Centro de Manaus, com representantes das entidades envolvidas.

A Iaraçu pretende levar as vozes das populações locais até a COP30, com programação que inclui workshops, exposições, conferências e debates sobre impactos das mudanças climáticas e desafios da Amazônia.

A iniciativa é coordenada pelo IRD, pela Embaixada da França e pelo Centro Franco-Brasileiro para a Biodiversidade da Amazônia (CFBBA), com apoio de CAPES, CNPq, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Ministério da Educação.

A COP30 ocorrerá de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, marcando 10 anos do Acordo de Paris, com atenção especial às dinâmicas locais e à importância da Amazônia no combate às mudanças climáticas.

FONTE: Por G1 AM