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PF e Receita fazem operação para investigar golpe financeiro de falsos investimentos na bolsa

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Agentes da Polícia Federal Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil (18.fev.2020)

A Polícia Federal (PF), em trabalho conjunto com a Receita Federal, deflagrou nesta quinta-feira (28) a Operação Traders, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso que praticava crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (SFN), contra o mercado de capitais e realizava prática conhecido como pirâmide financeira em diversas cidades paranaenses.

Os investigados se apresentavam como “traders” para captar economias de vítimas e investidores, a fim de aplicar os recursos no mercado de valores mobiliários.

A investigação apontou que retornos acima daqueles praticados no mercado eram prometidos (lucros de até 6,4%), embora as “mesas proprietárias” apresentassem perdas consistentes, principalmente em operações “day trade”, ou seja, além de não aplicar na bolsa de valores a integralidade dos recursos, o que era aplicado, normalmente resultava em prejuízo.

As operações eram feitas através de, pelo menos, 22 empresas não autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a captar recursos e realizar investimentos no mercado.

Os investigados emitiram e ofereceram ao público valores mobiliários consistentes em contratos de investimento coletivo em nome de empresa de fachada, sem registro prévio de emissão junto à CVM, sem lastrou ou garantia suficientes e sem autorização prévia do órgão.

Com o passar do tempo, e como é percebido no histórico de esquemas assim, os investigados não conseguiam mais honrar os compromissos assumidos, uma vez que os valores arrecadados não eram de fato investidos em operações de bolsa de valores e, quando eram, não resultavam nos lucros prometidos.

A partir disso, a líder do esquema, que residia em Umuarama (PR), passou a dissimular o objeto fictício das empresas, tendo apresentado aos clientes, ora vítimas, a alegação de que iria migrar de “operações em bolsa valores” para criação de um “banco digital” e que, deste novo empreendimento, conseguiria honrar os contratos de pagamentos de valores, estes muito superiores ao que o mercado real costuma pagar a investidores.

Foram mobilizados aproximadamente 70 policiais federais e 15 servidores da Receita para o cumprimento de 17 mandados judiciais, nas cidades paranaenses de Umuarama, Guaíra, Douradina, Foz do Iguaçu e Curitiba, e em Taboão da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo.

Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal determinou o sequestro de automóveis, imóveis e criptomoedas. As ordens foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba.

A investigação se iniciou em 2021, a partir de identificação das primeiras filiais das empresas de “operação em bolsa de valores” em pequenas cidades da fronteira paranaense com o Paraguai, como Guaíra, Douradina e Umuarama.

Chamou atenção o uso, pelos líderes do esquema, de veículos de luxo novos, na região de fonteira, incompatíveis com a renda declarada.

Durante as investigações, foi apurado ainda que a organização criminosa captou e movimentou valores que ultrapassam os R$ 200 milhões e fez milhares de vítimas no estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, concentrando-se na região oeste do Paraná e na capital Curitiba.

Os valores aplicados pelas vítimas variavam de R$ 1 mil (valor mínimo aceito pelo grupo), sem limite máximo. Algumas pessoas investiram cifras que ultrapassaram R$ 1 milhão.

As quantias eram depositadas nas contas das empresas investigadas e depois transferidas, parcialmente, para as contas pessoais dos líderes do esquema. A investigação seguem em andamento e é feita em conjunto entre a Polícia Federal em Guaíra e o Núcleo de Pesquisa e Investigação da Receita Federal do Brasil em Foz do Iguaçu.

A CVM também colaborou com os trabalhos e acompanha as diligência em andamento. Os envolvidos devem responder por crimes contra o SFN, contra o mercado de  capitais, contra a economia popular, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

FONTE: Por CNN

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