Nesta sexta-feira (5), o diesel começa a ser vendido R$ 0,20 mais barato para as distribuidoras. Segundo a Petrobras, o valor médio passará de R$ 5,61 para R$ 5,41.
A última queda no preço havia sido registrada em 1º de maio de 2021. Diante da redução, a CNN ouviu entidades do setor sobre o novo preço.
Para Sergio Araujo, presidente executivo da Associação Brasileiro dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o reajuste anunciado pela Petrobras é coerente com a política de preços da companhia, de paridade com o mercado internacional.
Na última quinta, a defasagem do óleo diesel no Brasil em relação ao valor de importação encerrou o dia em 10% ou R$ 0,47, de acordo com a Abicom.
Mesmo com o reajuste abaixo do valor médio da defasagem, Araujo entende que a decisão da companhia é compreensível, já que o mercado tem observado grande variação nesses valores diariamente.
“O mercado de commodities, principalmente do óleo diesel, está em um momento de grande volatilidade. Então se, por exemplo, a Petrobras resolve reduzir para alcançar a paridade internacional, o preço pode subir de novo em poucos dias, e ela teria que reajustar novamente, o que não teria um bom impacto no mercado. Então, o mais prudente é ir ajustando gradativamente e acompanhando de perto essas variações”, afirma Araujo.
A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) avalia que a redução só será positiva se chegar às bombas.
A entidade destaca que o combustível enfrenta incertezas, diante da escassez mundial e a necessidade de importação de mais de 20% para abastecer o mercado interno.
“Os caminhoneiros precisam de transparência, segurança e previsibilidade, sem isso ficam impossibilitados de trabalhar”, destaca a nota divulgada pela entidade.
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC) ainda não se posicionou sobre a diminuição no preço do diesel.
Porém, a entidade divulgou um estudo sobre o setor de frete no qual destaca que o combustível foi o custo que teve a maior variação nos últimos 18 meses: 104%. Segundo a associação, o preço do óleo acumula uma alta de 62,8% nos últimos 12 meses.
Para o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz, o impacto do diesel no indicador oficial da inflação deve ser pequeno. Segundo ele, com a queda de 3,5%, o IPCA encolherá 0,01 ponto percentual nos próximos 30 dias.
Ele explica que os efeitos mais importantes do diesel são indiretos, e, assim, mais difíceis de medir. Porém, se o preço se mantiver baixo, seguindo o petróleo, aumentam as chances de redução dos valores em outros segmentos, como o frete.
Novo reajuste
Segundo o último boletim da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na última semana, o preço médio do diesel comum (S-500) no país foi de R$ 7,42.
Diferente da gasolina, que chegou a R$ 7,39 em junho e hoje está na casa dos R$ 5,74, impulsionada pela redução do ICMS e duas quedas da Petrobras, o valor do diesel sofreu reduções mais discretas.
Após quatro reajustes da Petrobras neste ano – 8% em janeiro, 24,9% em março, 8,87% em maio e 14,26% em junho -, o óleo chegou a R$ 7,57, também em junho, e registra uma diminuição de R$ 0,15 no período aproximado de um mês e meio.
Na próxima semana, a ANP deve registrar se a mudança no preço será sentida nos postos de combustíveis.
De acordo com a empresa, a diminuição anunciada nesta quinta-feira acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel, e é coerente com a prática da companhia, que busca o equilíbrio dos seus valores com o mercado global.
“A parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 5,05, em média, para R$ 4,87 a cada litro vendido na bomba”, divulgou a companhia.
FONTE: Por CNN