A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que de janeiro até o dia 22 de agosto foram relatados 41,6 mil casos de varíola dos macacos e 12 mortes em todo o mundo. O número de novos casos semanais diminuiu 21% no período de 15 a 21 de agosto, em comparação com a semana anterior. A doença causada pelo vírus monkeypox atinge ao menos 96 países.
Por outro lado, o número de casos notificados na região das Américas mostra um aumento contínuo e acentuado, confirmando as tendências observadas nas últimas semanas. Os dados foram divulgados na quarta-feira (24), em um novo boletim epidemiológico da OMS.
De acordo com o documento, nos últimos sete dias, 23 países relataram um aumento no número semanal de casos, com o maior índice relatado nos Estados Unidos. A maioria dos casos registrados nas últimas quatro semanas foram notificados da região das Américas (60,3%) e da Europa (38,7%).
Até o dia 22 de agosto, os dez países que relataram o maior número acumulado de casos no mundo foram Estados Unidos (14.049), Espanha (6.119), Brasil (4.144), Alemanha (3.295), Reino Unido (3.225), França (2.889), Canadá (1.168), Holanda (1.090), Peru (937) e Portugal (810). Juntos, esses países respondem por 88,9% dos casos notificados globalmente.
Características do surto
De acordo com a OMS, o surto continua a afetar jovens do sexo masculino, com 98,2% dos casos com dados disponíveis indicando idade mediana de 36 anos. Menos de 1% dos casos afetam pessoas de 0 a 17 anos.
A distribuição de casos por idade apresenta diferenças entre os países, sendo que os da África Ocidental e Central relatam uma maior proporção de casos entre as faixas etárias jovens, com 38,7% dos casos entre a faixa etária de 0 a 17 anos, dos quais 12,5% tinham de 0 a 4 anos.
Entre os casos com orientação sexual notificada, 95,8% se identificaram como homens que fazem sexo com homens. De todos os tipos de transmissão relatados, um encontro sexual foi relatado com mais frequência, com 82,1% de todos os eventos de transmissão relatados.
Sintomas e diagnóstico da doença
A varíola dos macacos, na maioria dos casos, evolui sem complicações e os sinais e sintomas duram de duas a quatro semanas.
As manifestações clínicas habitualmente incluem lesões na pele na forma de bolhas ou feridas que podem aparecer em diversas partes do corpo, como rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais. No entanto, o surto atual da doença tem apresentado características epidemiológicas diferentes, com sintomas que podem ser bastante discretos.
Na forma mais comum documentada da doença, os sintomas podem surgir a partir do sétimo dia com uma febre súbita e intensa. São comuns sinais como dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e principalmente o aparecimento de inchaço de gânglios, que pode acontecer tanto no pescoço e na região axilar como na parte genital.
Já a manifestação na pele ocorre entre um e três dias após os sintomas iniciais. Os sinais passam por diferentes estágios: mácula (pequenas manchas), pápula (feridas pequenas semelhantes a espinhas), vesícula (pequenas bolhas), pústula (bolha com a presença de pus) e crosta (que são as cascas de cicatrização).
A principal forma de transmissão da varíola dos macacos é por meio do contato direto pessoa a pessoa, chamado de pele a pele.
A transmissão pode acontecer a partir do contato direto com lesões cutâneas, crostas ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, pelo toque em objetos, tecidos (roupas, lençóis ou toalhas) e superfícies que foram usadas por alguém com a doença, além do contato com secreções respiratórias.
O Ministério da Saúde recomenda que, diante de algum sintoma suspeito, as pessoas devem procurar atendimento médico em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação.
Durante a consulta, é importante informar se houve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Com base nesses registros coletados durante a consulta, o especialista poderá fazer o pedido de teste de diagnóstico.
FONTE: Por CNN