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Com seca recorde, porto que atende Zona Franca de Manaus fica mais de um mês sem receber navios cargueiros

Estiagem deste ano atinge a maior parte do Amazonas. Dos 62 municípios que formam o estado, 60 estão em situação de emergência, incluindo Manaus.

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Navio Izmir da MSC atraca no Super Terminais em Manaus durante a seca histórica de 2023 — Foto: Super Terminais

seca recorde tem afetado a navegação no Amazonas, incluindo o transporte de cargas. O Super Terminais, um porto privado que atende a Zona Franca Manaus (ZFM), está entre os locais que precisaram se readequar à realidade. Após mais de um mês de dificuldades, o porto recebeu o primeiro navio cargueiro, ainda assim, com apenas 10% da capacidade.

A estiagem deste ano atinge a maior parte do Amazonas. Dos 62 municípios que formam o estado, 60 estão em situação de emergência, incluindo Manaus.

Situado no bairro Colônia Oliveira Machado, Zona Sul de Manaus, o Super Terminais não recebia navios desde o dia 19 de setembro. Após mais de um mês, apenas um navio atracou no porto, o Izmir, da MSC, com apenas 10% da sua capacidade de carga.

O Izmir chegou ao porto no sábado (21) com 140 contêineres abastecidos com insumos para a Zona Franca de Manaus. Nesta semana, o navio deixou a capital abastecido com 110 contêineres.

De acordo com Marcello Di Gregorio, diretor do Super Terminais, a chegada do navio exigiu uma operação complexa. “Este navio conseguiu chegar ao terminal portuário devido às suas características: ele é menor do que os navios convencionais (tem 184 metros, enquanto em média os navios têm 220 metros)”, disse. “Para essa operação foram necessários diversos cálculos para permitir que o navio conseguisse passar nas áreas mais críticas do rio”, completou.

Navio Izmir da MSC atraca no Super Terminais, em Manaus, durante a seca histórica de 2023 — Foto: Super Terminais
Navio Izmir da MSC atraca no Super Terminais, em Manaus, durante a seca histórica de 2023 — Foto: Super Terminais

Gregorio afirmou que as secas costumam afetar o transporte de cargas, mas não chegam a impedir a navegação. “É comum que na época das secas, os navios que vêm para Manaus cheguem à cidade com a capacidade reduzida, com cerca de 40% da carga normal. Mas neste ano, devido à seca histórica, essa situação é um pouco diferente”, afirmou.

Em condições normais, mesmo durante a seca, porto recebe uma média de cinco navios por mês.  

Segundo Marcello Di Gregorio, antes de chegarem a Manaus, os navios precisam passar por dois trechos.

Um dos trechos é conhecido como Tabocal e fica no Rio Amazonas, próximo à cidade de Itacoatiara (a 176 quilômetros da capital), por onde navegam navios com insumos para a Zona Franca de Manaus. O outro curso fica na foz do Rio Madeira, também próximo de Itacoatiara.

Muitos navios têm ficado pelo caminho, já que não conseguem passar por esses trechos.

“Apesar da seca histórica, a profundidade da água do Super Terminais [em Manaus] é bastante boa, chegando a 38,5m, o que permite a realização de manobras e atracagem de navios e balsas normalmente. A dificuldade está na passagem dos navios na Foz do Rio Madeira e no Tabocal. Não fosse essa dificuldade, estaríamos operando normalmente”, afirmou.

Seca

Conforme Gregorio, especialistas e parceiros consultados pelo porto estimam que o nível dos rios pare de baixar em 20 dias. Com isso, as condições vão começar a melhorar em Manaus.

No início da semana, Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), antigo CPRM, informou ao g1 que o nível do Rio Negro deve continuar baixando em Manaus, embora a estiagem já tenha encerrado na calha do Rio Solimões – rio que contribui para as cheias e secas registradas na capital.

FONTE: Por G1 AM

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