De acordo com o Sebrae e dados do IBGE, o empreendedorismo feminino chegou à marca de 34% no Brasil em 2022, com mais de 10 milhões de mulheres tendo o seu próprio negócio. Grande parte dessas mulheres iniciaram seus negócios por necessidade, e foi neste momento desafiador que nasceram mulheres empreendedoras, encontrando em sua rotina diária uma oportunidade de se inserir no mercado de trabalho, sendo suas próprias chefes.
E foi a partir desse cenário que Nádila Vieira decidiu mudar de vida e começar uma nova jornada. Desde muito jovem, a atual empresária sonhava em ter o próprio negócio. Cansada de uma rotina de trabalho intensa em regime de CLT, a empreendedora se viu desafiada por ter que conciliar sua vida de trabalho, cuidados com a casa e família. Foi então que por ironia do destino, sua jornada empreendedora nasceu junto com o nascimento de seu filho. Nádila, que passou a chamar de Dila, seu nome empresarial, se viu com o coração apertado por ter que deixar seu pequeno em casa para cumprir uma escala de trabalho intensa.
“Sempre tive uma veia empreendedora. Desde a adolescência eu já tinha vontade de empreender. Mas foi a maternidade que me fez abrir um negócio, pois almejava estar presente na vida do meu bebê e, trabalhando de CLT, não havia possibilidades.”
Cinquenta reais e um sonho
Foi então que ela decidiu parar tudo e começar um novo caminho, com apenas R$ 50,00 e um sonho. Decisão tomada, Dila teve outro desafio: o de escolher que ramo seguir para empreender. Após considerar várias opções, ela decidiu investir na moda íntima, um segmento que sempre lhe atraiu pela possibilidade de promover o bem-estar e a autoestima das mulheres.
“Eu lembro como se fosse hoje, eu tinha R$50,00 quando eu passei na frente de uma fornecedora de calcinhas aqui em Manaus, eu entrei na loja e me apaixonei pelas peças, perguntei os valores, ela me explicou sobre o atacado e varejo, fiz o cálculo de como podia ganhar, foi quando ela me deu a oportunidade de levar 100 peças pra eu pagar com a entrada dos R$ 50,00 que eu tinha e levar a outra parte depois.”
Foi então que a empresária se apaixonou pela moda íntima, aplicando em sua jornada empreendedora estratégias inovadoras para alcançar sua clientela.
“Eu não vendo somente moda íntima. Eu vendo autoestima e amor próprio. Tento mostrar a outras mulheres que a peça íntima é, para mim, autocuidado.”
Para superar os desafios iniciais, Dila sentiu a necessidade de conhecer mais sobre esse mercado. Foi quando passou a investir em mentorias de empreendedorismo e marketing digital, com empreendedoras influentes.
“Percebi que o conhecimento é uma ferramenta poderosa. Fiz diversos cursos e participei de muitas mentorias, o que me ajudou a estruturar meu negócio e a entender melhor o mercado.”
Atualmente, Dila se tornou uma empresária de sucesso em Manaus, representando várias marcas de moda íntima, e reafirma que seu maior controle de qualidade são suas clientes.
“Na hora de escolher novas marcas, sempre faço uma pesquisa de satisfação com as clientes, para continuar investindo em novas peças.”
Como todo início de negócio, Dila teve altos e baixos. A falta de capital foi uma delas. De acordo com a pesquisa do We Cities, da Dell Technologies, que classifica as melhores cidades no mundo para mulheres empreendedoras. São Paulo faz parte da lista na 51ª posição. No Brasil, mulheres têm dificuldades para desenvolver seus negócios, isso se dá pela falta de financiamento, considerando que as financiadoras favorecem mais os homens empreendedores.
Mas os desafios de Dila não se concentravam apenas na dificuldade do acesso ao crédito. No meio do caminho, a empreendedora teve uma grande perda: a do seu principal incentivador.
“Essa realmente foi a hora em que eu achei que não continuaria mais. Ainda não posso dizer que superei totalmente, mas estou trabalhando firme.“
No cenário do empreendedorismo feminino, muito se fala em investir em conhecimento. Dila nunca imaginou que precisaria estudar tanto e o quanto o conhecimento lhe faria bem.
Ativa nas redes sociais
Com mais de cinco mil seguidores em suas redes sociais, Dila atua ativamente no Instagram como Dila Lingerie, compartilhando conhecimento e trocando experiências com outras mulheres.
“Eu não vendo só peças íntimas, mas também experiências que me conectam a outras mulheres.”
Por meio das plataformas digitais, Dila se conecta com outras empreendedoras, desenvolvendo trabalhos através de parcerias, encontros e network.
“Acredito muito no poder das conexões. Juntas, somos mais fortes e podemos alcançar objetivos maiores.”, comenta, destacando seu bordão: “Pensou em Lingerie, chama a Dila”, que virou seu lema e reflete sua jornada e sua visão de negócios”.
FONTE: Por Mara Dalila e Sara Vasconcelos
EDIÇÃO: Leila Ronize