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Relator vota para suspender ação contra Ramagem no STF sobre plano de golpe

Deputado Alfredo Gaspar (União-AL) apresentou parecer favorável para suspenção de ação penal contra Alexandre Ramagem (PL-RJ)

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O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (30) • Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado Alfredo Gaspar (União-AL) apresentou nesta quarta-feira (30) voto favorável para suspender, integralmente, a ação penal contra Alexandre Ramagem (PL-RJ) no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga o plano de golpe.

Gaspar é o relator de um pedido do Partido Liberal para livrar Ramagem da ação, apresentado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

“Considerando estarem preenchidos os requisitos para sobrestamento da ação penal, e considerando a necessidade de conferir autonomia e independência ao mandato exercido pelo parlamentar legitimamente eleito, não resta alternativa a esta Casa que não o sobrestamento da ação penal em sua integralidade”, conclui o relator no parecer.

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo anterior, Ramagem é réu no processo de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele foi indicado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos integrantes do “núcleo crucial” da trama.

O pedido para travar a ação é pauta única da CCJ na reunião desta quarta. A expectativa é de que integrantes da base governista tentem obstruir os trabalhos e peçam vista (mais tempo para análise) sobre o relatório para que a votação fique para a próxima semana.

Conforme a Constituição, a Câmara pode sustar o andamento de uma ação em caso de denúncia contra deputados por crime ocorrido após a diplomação. Para isso, a proposta de suspensão deve ser analisada na CCJ e depois no plenário da Casa, sendo necessário os votos de 257 deputados para ser aprovada. O prazo de análise do pedido é de 45 dias.

Análise da suspensão

O pedido foi apresentado pelo PL e tem como base o 53º artigo da Constituição. A norma define que todos os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, “por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.

Um parágrafo do artigo aponta que, quando houver denúncia contra parlamentar por crime ocorrido após a diplomação, o STF deverá dar ciência ao Congresso e, por iniciativa de partido político, o plenário poderá sustar o andamento da ação.

Se o recurso for aprovado no plenário, a ação penal fica suspensa enquanto o réu tiver mandato. Caso o deputado não seja reeleito ou perca o mandato, o processo volta a correr normalmente.

Ramagem é acusado de cinco crimes, mas apenas dois deles teriam ocorrido após a sua diplomação como deputado: dano qualificado com violência ou grave ameaça contra patrimônio da União, causando grande prejuízo, e deterioração de patrimônio tombado.

Em decisão publicada na última semana, o ministro Cristiano Zanin, do STF, determinou que apenas essas duas acusações podem ser suspensas pelo Congresso.

As demais acusações (golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito) se tratam de crimes que teriam sido cometidos antes da diplomação e, por essa razão, não podem ser suspensas, conforme a decisão do ministro.

FONTE: Por CNN

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