Atuação do governo federal durante crise no estado, onde faltou oxigênio para tratar pacientes, é um dos possíveis alvos da CPI da Covid. Na cerimônia, presidente recebeu título de cidadão amazonense.
Acompanhado do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve em Manaus, nesta sexta-feira (23), para inaugurar a segunda etapa do Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques. O governador Wilson Lima e o ministro do turismo Gilson Machado também participaram do evento.
O local foi entregue com algumas paredes com blocos de concreto aparente, sem nenhum acabamento.
Pazuello é alvo de um inquérito – aberto enquanto ele ainda chefiava a pasta – que apura sua atuação durante a crise sanitária no Amazonas no início do ano, quando houve falta de oxigênio para tratar pacientes de Covid-19. A investigação das ações e omissões do governo federal durante a crise em Manaus é um dos objetivos constantes do requerimento inicial da CPI da Covid, criada no último dia 13 pelo Senado Federal.
No evento, ele recebeu o Título de Cidadão do Amazonas que foi proposto por alguns deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas. O presidente recebeu a homenagem das mãos do governador Wilson Lima.
Bolsonaro chegou sem máscara e provocou aglomeração de apoiadores na entrada do centro de convenções. No meio do público, ele colocou a máscara e, após cumprimentos, voltou a retirar o equipamento de proteção ao entrar no centro de convenções.
Em frente ao local, houve atos a favor e contra o presidente.
Colapso
Esta é a primeira viagem do presidente ao Amazonas desde que houve colapso na saúde, provocado pela superlotação e falta de oxigênio nos hospitais. Manaus já vivenciava um aumento no número de casos da doença desde dezembro, o que lotou os hospitais em janeiro. Com o grande volume de internações, já não havia mais oxigênio para os doentes que dependiam do insumo.
Familiares buscando desesperadamente cilindros de oxigênios para os pacientes internados, enquanto médicos transportavam cilindros nos próprios carros para levar aos hospitais e parentes formando longas filas em frente às distribuidoras foram algumas das cenas que deixaram o país perplexo. Em meio a esse ambiente caótico, os pacientes morriam asfixiados, sem oxigênio.
FONTE: G1 AM/Foto: Lucas Silva