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Porão do Alemão recebe críticas ao postar foto de fantasia polêmica nas redes

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Foto: Reprodução

Dono do Porão do Alemão, o vereador William Alemão ainda não se manifestou sobre o assunto; estabelecimento culpa estagiário por post

A casa noturna Porão do Alemão, que pertence ao vereador William Alemão (Cidadania), virou novamente alvo de críticas da população, após a página oficial da boate no Instagram divulgar a foto de um frequentador com uma fantasia polêmica.

Na segunda-feira (1º), o local realizou uma festa de Halloween (Dia das Bruxas) e na terça-feira (2) alguns dos trajes fotografados foram publicados nas redes sociais.

Acontece que uma das fantasias era de um homem usando uma camisa do Flamengo, com o nome ‘Bruno’ escrito nas costas e, nas mãos, ele levava um saco de plástico preto, com o nome Eliza, o que induz ser aos ossos do corpo da modelo, que até hoje não foram encontrados.

A atitude foi altamente criticada pelos internautas, pois a fantasia foi considerada uma apologia ao feminicídio, ao homenagear o assassino de um dos casos mais bárbaros do Brasil. O ex-jogador Bruno Fernandes foi condenado pelo homicídio da modelo Eliza Silva Samúdio, desaparecida e considerada morta em 2010.

Após a repercussão negativa, a postagem foi excluída e o bar chegou a se manifestar nos stories, afirmando não compactuar com qualquer tipo de violência, além de atribuir a culpa pela postagem a um ‘estagiário’, que alegou não ter conhecimento do crime.

“O Porão do Alemão vem a público pedir desculpa a TODAS AS PESSOAS que se sentiram ofendidas pelo ocorrido na noite de hoje. Não compactuamos com o ocorrido, jamais defenderemos qualquer tipo de violência contra qualquer ser humano. Erros foram cometidos nessa noite, os quais apuramos, debatemos, orientamos e tomamos decisões. Esses erros JAMAIS se repetirão”, diz trecho da nota.

Críticas

Nas redes sociais, uma enxurrada de internautas repudiou tanto a atitude do homem que criou a fantasia quanto do Porão do Alemão que divulgou a foto. Algumas pessoas disseram que o rapaz não deveria nem ter entrado no estabelecimento com aquela fantasia.

“Deplorável! O dito rapaz não deveria sequer ter entrado! Mas ai postaram e ainda deixaram o cara zombar de um crime a noite toda, tirando fotos como celebridade. Ah @poraodoalemao infelizmente vcs ja nao sao os mesmos faz tempo!”, comentou uma internauta, no Instagram.

“O Porão do Alemão resolveu culpar o estagiário, dizendo que ele tem somente 20 anos e como o crime aconteceu há 11 anos, ele não teria conhecimento do fato. Se não teve, fotografou por que motivo? Absurdos atrás de absurdos”, disse outro usuário, no Twitter.

Quem também se posicionou contra o caso foi o delegado adjunto da Delegacia da Mulher, João Tayah. Segundo ele, a conduta do homem que se fantasiou é passível de investigação criminal. “A intenção, em tese, era fazer um concurso de fantasias. Mas, na prática, houve uma conduta passível de investigação criminal, que desrespeita todas as mulheres de Manaus e do Brasil, fazendo “brincadeira” com um tema tão grave como o feminicídio”, disse.

“O Código Penal assim dispõe: Art. 287 – Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa. Lamentável, repugnante e asqueroso. Não existem palavras para descrever o sentimento de ver uma publicação dessa. Falta de noção total”, pontuou Tayah.

Resposta

O dono do bar, vereador William Alemão, que, assim como a casa noturna, é causador de várias polêmicas em Manaus, ainda não se manifestou sobre o assunto. Mas, a reportagem procurou a assessoria de comunicação do vereador, que enviou uma nota de posicionamento em nome da atual proprietária do local, Juliana Lima.

“Juliana esclarece que repudia fortemente qualquer ato que incentive ou faça apologia ao feminicídio, e que o assunto já está sendo tratado cuidadosamente pelo jurídico da empresa, no sentido de elucidar a verdade dos fatos. De acordo com Juliana, a foto “printada” dos stories do Instagram do Porão do Alemão, não representa em nada o que ela defende, enquanto empresária”, diz trecho da nota.

A nota aponta ainda que os funcionários do local não perceberam qual era fantasia do rapaz na hora em que ele entrou, além de manter a justificativa de que o stories foi publicado pelo estagiário de 20 anos, que não conhecia o caso do ex-goleiro Bruno.

Embora seja assessoria de comunicação do vereador William Alemão, a equipe enviou somente esta nota com o posicionamento de Juliana Lima. Não há, até o momento, qualquer posicionamento do parlamentar.

Tiro

Não é a primeira vez que o Porão do Alemão vira alvo de polêmicas deste nível. Em 2017, a casa de shows foi cenário de uma tragédia violenta, que culminou na morte do advogado Wilson Justo Filho. Na ocasião, o delegado Gustavo Sotero se desentendeu com a vítima e efetuou diversos disparos de arma de fogo dentro do Porão do Alemão. Wilson Justo morreu e outras três pessoas ficaram feridas. Sotero foi condenado, em 2019, a 30 anos de prisão.

Leia na íntegra a nota do Porão do Alemão sobre o caso da fantasia de Halloween

“O Porão do Alemão vem a público pedir desculpa a TODAS AS PESSOAS que se sentiram ofendidas pelo ocorrido na noite de ontem (1º):

  • Não compactuamos com o ocorrido, jamais defenderemos qualquer tipo de violência contra qualquer ser humano;
  • Erros foram cometidos nessa noite, os quais apuramos, debatemos, orientamos e tomamos decisões. Esses erros JAMAIS se repetirão;.
  • O rapaz em questão logo em seguida do ocorrido, não se fez mais presente no bar;.
  • Prezamos, respeitamos e valorizamos a vida e o bem-estar não só de nossos clientes como de todos os que já frequentaram a casa, ou não. Situações como a de hoje não mais se repetirão.
Leia nota da proprietária

A empresária e atual proprietária do bar Porão do Alemão, Juliana Lima, vem a público prestar esclarecimento à sociedade, sobre os fatos ocorridos nas últimas horas e que tiveram repercussão negativa nas redes sociais, por conta de uma brincadeira de “mal gosto”, feita durante um evento de Halloween (Dia das Bruxas), realizado no bar Porão do Alemão, em Manaus.

Juliana esclarece que repudia fortemente qualquer ato que incentive ou faça apologia ao feminicídio, e que o assunto já está sendo tratado cuidadosamente pelo jurídico da empresa, no sentido de elucidar a verdade dos fatos. 

De acordo com Juliana, a foto “printada” dos stories do Instagram do Porão do Alemão, não representa em nada o que ela defende, enquanto empresária.

“Com a pandemia, perdemos muitos dos nossos funcionários, mais experientes e mais velhos. Com a retomada, muitos já tinham conseguido novos empregos e dado novos rumos na vida, o que geralmente acontece quando se tem um bom profissional.

Halloween é sempre uma festa muito aguardada, existem algumas questões que precisam ser expostas:

1- Por que a pessoa fantasiada não foi barrada na portaria?

Imaginem, esse cidadão chegando junto com outras pessoas com a camisa do Flamengo…, você enxerga somente a camisa. Tanto que, na foto, ele ficou de costas. E como os ingressos foram vendidos antecipadamente, a pessoa apenas entrava apresentando a pulseira. Sendo assim, passou desapercebido e adentrou.

2- Por que postaram nos stories?

O estagiário de mídias tem 20 anos e na época do crime não tinha idade para absorver tal fatalidade e acabou não se tocando do que estava a sua frente.

3- Por que parece que a tal foto estava ainda nos stories do porão?

Porque uma pessoa printou e espalhou antes do moderador ser informado do que estava publicado e excluir.

Sou mulher e tenho noção dos assédios, do sofrimento e luta de muitas que se quer tem a chance de pedir socorro, mas afirmar por um print que minha empresa é conivente sem se interar dos fatos, é cruel. Mas, quando foi que a internet foi para divulgar o bem, não é mesmo?

Diante dos fatos, só posso lamentar e pedir desculpas pelo tempo que a foto ficou publicada, dando a possibilidade de pessoas tirarem julgamentos precipitados.”

FONTE: AMAZONAS 1

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