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Amazonense desenvolve farinha de mandioca orgânica para celíacos e atletas

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FOTO: (Arquivo pessoal/Jhony Azevedo)

Item indispensável na mesa dos amazônidas, a farinha de mandioca gera controvérsias quando o assunto é saúde. Pensando em como encontrar formas de manter a tão amada iguaria no cardápio de pessoas que possuem restrição alimentar, o professor de Matemática — e agora empresário — Jhony Azevedo desenvolveu cinco novas receitas de farinha orgânica do tipo Uarini especialmente para celíacos e atletas.

A iniciativa foi possível graças a recursos do Programa Centelha 1, apoiado pelo governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O projeto resultou na criação da empresa Grãos Dourados, que já iniciou a comercialização das novidades em escala nacional.

Os produtos desenvolvidos pela empresa de Jhony são as farinhas ovinha-magra enriquecida com farinha de maracujá; Uarini-ovinha com cúrcuma; Uarini-ovinha protein, enriquecida com hidrolisado proteico de peixe; uarini-castanha, rica em selênio; e farinha de rosca sem glúten. Todas são comercializadas prontas para consumo.

“Tivemos uma capacitação no Centelha, fizemos uma pesquisa e chegamos à conclusão de que a farinha é consumida de uma forma errada, faz mal para pessoa. Inclusive, se você tiver gastrite, por exemplo, o médico vai lhe mandar cortar. Então pensamos em produzir um produto que pessoas que têm diabetes e outros problemas possam consumir”, explica Jhony.

Os produtos são farinhas ovinha-magra enriquecida com farinha de maracujá; Uarini-ovinha com cúrcuma; Uarini-ovinha protein, enriquecida com hidrolisado proteico de peixe; uarini-castanha, rica em selênio; e farinha de rosca sem glúten (Arquivo pessoal/Jhony Azevedo)
O projeto, que atualmente se encontra em fase de execução, começou a ser idealizado em 2019 e contou com apoio de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) na orientação de pesquisas laboratoriais, no desenvolvimento das tecnologias para se produzir as farinhas orgânicas e até na escolha dos ingredientes e suas respectivas finalidades.

“Pensamos na farinha de maracujá, que ajuda pessoas com artrite e artrose. Tem a cúrcuma, que é um produto anti-inflamatório e antioxidante. A gente estudou cada ingrediente e fez de uma forma que a farinha não perca sua essência”, revela o professor.

Do plantio a feiras gastronômicas 

As etapas do projeto, que vem sendo executado desde junho de 2020, englobam desde o plantio sustentável da mandioca no município de Uarini (a 565 quilômetros de Manaus), até a exposição do produto em feiras gastronômicas em outros Estados.

Hoje, a empresa opera no formato e-commerce, com vendas realizadas pela internet. Assim, Jhony espera atingir o maior número de pessoas, tanto no Amazonas como em outras partes do País, e cumprir um de seus principais objetivos: valorizar a produção da farinha na região.

“Como eu sempre digo, muita gente não conhece Uarini como município, e o meu maior objetivo, aonde eu quero chegar, é na valorização dos agricultores. Que a gente possa ter um preço justo pras pessoas que fazem farinha lá, que tenha identificação da nossa região geográfica, ter esses locais como referência”.

Programa Centelha

O Centelha é uma parceria entre a Fapeam, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), operada pela Fundação Certi. A primeira edição do programa foi lançada em 2019, no Amazonas.  

As inscrições já estão abertas para a nova edição do Programa Centelha 2 e vão até o dia 16 de março. Desta vez, o governo do Estado, por meio da Fapeam, em parceria com Finep, investe R$ 3 milhões. O edital irá apoiar 50 propostas de inovação com até R$ 60 mil por projeto, para a geração de empresas de base tecnológica, além de ofertar Bolsas de Fomento Tecnológico Extensão Inovadora concedidas pelo CNPq.

FONTE: Por REVISTA CENARIUM

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