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Evergrande diz que presidente é suspeito de crimes

Negociação de ações da construtora foi suspensa nesta quinta-feira (28)

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Em documento, empresa diz que presidente tinha sido sujeito a “medidas compulsórias de acordo com a lei devido a suspeitas de atividades ilegais” Aly Song/Reuters

O grupo chinês Evergrande afirmou na quinta-feira (28) que as autoridades chinesas suspeitam que o presidente da construtora tenha cometido “crimes”.

A empresa definiu que as negociações de ações devem ser interrompidas até segunda ordem. No pregão realizado no dia do aviso, as ações da Evergrande e de duas subsidiárias foram suspensas em Hong Kong, alimentando temores sobre sua capacidade de reestruturar sua gigantesca dívida e evitar a liquidação do negócio.

Num documento enviado à bolsa de valores após o encerramento do mercado, a Evergrande disse ter sido notificada pelas autoridades de que o seu presidente, Hui Ka Yan, tinha sido sujeito a “medidas compulsórias de acordo com a lei devido a suspeitas de atividades ilegais”.

A companhia não deu mais detalhes. No sistema jurídico chinês, as “medidas compulsórias” podem incluir detenção e prisão formal.

Citando pessoas próximas da questão, a Bloomberg informou na quarta-feira (27) que Hui – que já foi um dos homens mais ricos da China – estava sendo monitorado em um local designado depois de ter sido levado pela polícia chinesa no início deste mês.

Bloomberg disse que o bilionário foi colocado sob vigilância residencial, o que significa que ele não pode deixar o local, nem se encontrar ou se comunicar com outras pessoas sem aprovação.

Evergrande investigada

A Evergrande alertou no domingo (24) que o seu plano de reestruturação da dívida offshore pode estar em apuros devido a uma investigação regulamentar à sua principal subsidiária na China. As reuniões com os credores foram adiadas.

Os anúncios foram feitos poucas semanas depois de vir à tona a notícia de que a polícia chinesa havia lançado sua primeira investigação criminal sobre Evergrande desde que ela deixou de pagar sua dívida há quase dois anos.

A polícia chinesa em Shenzhen disse ter detido alguns funcionários da unidade de gestão de fortunas da Evergrande depois da construtora não reembolsar seus investidores.

A unidade opera no setor “bancário paralelo” da China, angariando fundos com a promessa de elevados retornos que seriam direcionados para projetos imobiliários.

A incorporadora imobiliária mais endividada do mundo tinha passivos totais no valor de US$ 328 bilhões (R$ 1,651 trilhão) no final de junho.

As ações caíram durante toda a semana, à medida que as tentativas de reestruturação das suas dívidas foram suspensas. As ações já caíram mais de 80% desde que voltaram a ser negociadas em agosto, após uma suspensão de 17 meses.

A Hengda Real Estate, principal unidade da Evergrande na China, disse em comunicado na segunda-feira (25) que ainda estava trabalhando com todas as partes para resolver os riscos da dívida, depois de ter perdido o pagamento de um título de 4 bilhões de yuans (R$ 2,76 bilhões).

Curto respiro

No mês passado, os investidores deram um pequeno suspiro de alívio quando a Evergrande relatou uma redução significativa nas suas perdas no primeiro semestre de 2023.

Isto deveu-se a um aumento nas receitas devido a um “pequeno boom” no mercado imobiliário da China no início deste ano, disse a empresa.

Logo em seguida, as más notícias voltaram e um número crescente de investidores está supostamente tentando liquidar a empresa se ela não conseguir apresentar em breve um novo plano de sobrevivência.

Histórico

Anteriormente a segunda maior empresa imobiliária da China, o incumprimento da Evergrande em 2021 desencadeou uma crise no setor imobiliário que continua a pesar sobre a economia em geral.

A Evergrande tem tentado implementar uma reestruturação da dívida supervisionada pelo governo.

A empresa propôs um plano multimilionário para apaziguar os credores internacionais e recentemente pediu proteção contra falência nos Estados Unidos como parte do processo.

Se a reestruturação da dívida offshore falhar e a Evergrande não conseguir chegar a um novo acordo com os seus credores, ela poderá enfrentar a liquidação, onde os seus ativos serão vendidos e as operações interrompidas.

FONTE: Por CNN

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