Início Política Oposição se aproxima de derrubar governistas na Polônia em grande reviravolta política

Oposição se aproxima de derrubar governistas na Polônia em grande reviravolta política

Vitória da oposição no parlamento em pleito considerado como o mais importante para a Europa em anos pode redefinir o relacionamento de Varsóvia com a União Europeia no que concerne as pautas relacionadas ao Estado de direito

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Donald Tusk faz discurso sobre eleição na Polônia 15/10/2023 REUTERS/Kacper Pempel

Os nacionalistas da Polônia pareciam ter perdido sua maioria parlamentar nesta segunda-feira (16) na eleição mais importante do país em décadas, potencialmente abrindo caminho para que os partidos de oposição tomem o poder no que seria uma grande reviravolta política.

A Polônia tem entrado em conflito repetidamente com a União Europeia em relação a questões como Estado de direito, liberdade de imprensa, imigração e direitos LGBT desde que o partido Lei e Justiça (PiS) chegou ao poder em 2015, mas os partidos de oposição prometeram consertar os laços com Bruxelas e descartar as reformas que, segundo os críticos, minam os padrões democráticos.

Uma pesquisa de boca de urna da Ipsos publicada na madrugada desta segunda-feira mostrou o PiS com 36,6% dos votos, o que significaria 198 parlamentares na câmara baixa do Parlamento, com 460 assentos.

Os partidos de oposição, liderados pelo grupo liberal Coalizão Cívica (KO), do ex-presidente do Conselho Europeu Donald Tusk, estavam projetados para ganhar 248 assentos combinados, com o KO conquistando 31% dos votos.

Os resultados oficiais após a contagem de 50% dos distritos eleitorais colocavam o PiS com 38,3%, enquanto o KO com 27,8%, seguido de seu aliado, o partido Terceira Via, de centro-direita, com 14,4%. Geralmente, as zonas rurais e as pequenas cidades mais conservadoras comunicam os seus resultados mais rapidamente do que as grandes cidades, onde os partidos liberais são mais fortes.

A vitória da oposição no parlamento em um pleito considerado pelos analistas como a eleição mais importante para a Europa em anos pode redefinir o relacionamento entre Bruxelas e o maior membro do bloco na Europa Central e Oriental.

“A destituição dos nacionalistas ajudará a restaurar as relações prejudicadas com a UE”, disse Lee Hardman, analista de moedas do banco MUFG.

Tusk disse que tentaria desbloquear cerca de 110 bilhões de euros de fundos da UE destinados à Polônia, que foram congelados devido a preocupações com o Estado de direito no país.

Mesmo que os resultados oficiais confirmem a pesquisa de boca de urna, Tusk e seus aliados do Terceira Via e do partido Nova Esquerda podem ter que esperar semanas ou até meses antes de ter a chance de formar um governo.

O presidente Andrzej Duda, um aliado do PiS, disse que daria a primeira chance ao partido vencedor. No entanto, como o partido de extrema-direita Confederação obteve apenas 6,4% dos votos, abaixo das expectativas, o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki ou qualquer outro político do PiS terá dificuldades para formar um novo governo.

A comissão eleitoral da Polônia estimou que o comparecimento às urnas no domingo foi de 72%, com base em resultados parciais, o mais alto desde a queda do comunismo em 1989, ressaltando os altos riscos dessa eleição.

Em uma campanha agressiva, na qual procurou pintar Tusk como um fantoche da Alemanha, o PiS apresentou a eleição como uma escolha entre a imigração ilegal descontrolada, sob o comando de líderes comprometidos com interesses estrangeiros, e um governo que protegeria as fronteiras, a segurança e as tradições da Polônia.

No entanto, o PiS tem enfrentado um descontentamento crescente em relação ao que os críticos disseram ser um retrocesso democrático e uma erosão dos direitos das mulheres depois que o governo impôs uma proibição quase total do aborto em 2021.

FONTE: Por CNN

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