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Presidente da Ucrânia diz que país não dispensou entrar na Otan

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Militares russos durante exercício na região de Rostov 10/12/2021REUTERS/Sergey Pivovarov

Em coletiva ao lado de chanceler alemão, Zelensky afirmou que este não é o foco do país no momento, mas não sinalizou recuo diante de tensão com Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que seu país não dispensou completamente a ideia de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), braço armado ocidental na Europa que atua na mais recente crise entre a Ucrânia e a Rússia.

O afastamento dessa possibilidade por parte dos ucranianos seria “aceito” pelo Kremlin como um sinal positivo para a diminuição nas tensões atuais, mas esse movimento não foi feito por Zelensky — que também afirmou, no entanto, que a entrada no grupo não é prioridade neste momento.

Zelensky fez essas afirmações em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (14) ao lado do chanceler alemão Olaf Scholz, que viajou à Ucrânia antes de desembarcar em Moscou na terça-feira (15) para continuar as tratativas pela paz na região.

“Hoje, muitos jornalistas e líderes insinuam à Ucrânia que é possível não correr riscos, não trazer a tona constantemente a questão de uma futura adesão à aliança, porque esses riscos estão associados a uma reação da Rússia”, disse o presidente ucraniano. “Eu acredito que devemos nos manter no caminho que escolhemos”, concluiu.

Os Estados Unidos e demais países-membros da Otan acusam a Rússia de planejar um ataque contra a Ucrânia e apontam um crescente acúmulo de forças militares nas fronteiras.

Os russos, por sua vez, negam que haverá uma invasão, mas pedem que a Otan afaste-se da Ucrânia e de suas intenções de tornar o país fronteiriço mais um de seus membros na Europa.

Durante a coletiva, Olaf Scholz afirmou que “não há razões para esse acúmulo de militares na fronteiras” e que “a integridade do território da Ucrânia é inegociável”, citando possíveis “grandes consequências” para a Rússia caso a investida militar ocorra de fato.

“Queremos encorajar a Ucrânia a continuar essa operação política nesse momento. No entanto, é importante ter conversas diretas, e é por isso que estou aqui. Pretendemos ter um diálogo com a Rússia sobre segurança”, declarou o chanceler.

“Os Estados Unidos deixaram claras as propostas para a Rússia e nós aguardamos uma resposta. Se a Rússia violar a soberania ucraniana, saberemos o que fazer”, afirmou Scholz, fazendo menção a um telefonema entre o presidente estadunidense Joe Biden e Vladimir Putin no domingo (13).

No encontro desta segunda, também foi anunciado um crédito de 150 milhões de euros da Alemanha para a Ucrânia.

Zelensky afirmou que “é muito importante que os parceiros apoiem [a Ucrânia] economicamente nas áreas de defesa”, e disse que o acúmulo militar russo é um “desafio sem precedentes para a Europa e para o mundo”.

FONTE: Por REUTERS e CNN

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